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Emissão de dívidas soberanas em dólares cai 19% em 2025; Brasil estuda emissão em Yuan

29 de maio de 2025 |
07:20
Imagem: Reuters

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A emissão de dívidas soberanas em dólares norte-americanos caiu 19% nos cinco primeiros meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados da Dealogic, a emissão de títulos em dólares por governos estrangeiros atingiu US$ 86,2 bilhões no período, o primeiro declínio em três anos.

Governos em todo o mundo estão preferindo emissões em suas moedas locais para evitar a exposição ao aumento dos rendimentos nos EUA, à volatilidade cambial e às crescentes preocupações com as finanças do governo americano.

Entre janeiro e maio, a emissão de títulos em dólares pelos governos do Canadá e da Arábia Saudita caiu 31% e 29%, respectivamente, enquanto Israel e Polônia registraram quedas de 37% e 31%.

Ao mesmo tempo, os dados da Dealogic mostraram que a emissão de títulos soberanos em moedas locais atingiu o maior nível em cinco anos, somando US$ 326 bilhões até agora em 2025.

 

 

Dívida americana em crise

A queda nas emissões em dólares ocorre em um momento em que investidores globais estão se afastando dos ativos norte-americanos, em parte como resposta a tarifas e também devido a dúvidas sobre a dominância e segurança financeira dos EUA.

Esse cenário também pode ser visto em países emergentes, como Índia, Indonésia e Tailândia, que reduziram suas taxas básicas de juros neste ano e estão preferindo emitir em moeda local.

O Brasil é outro país que pode seguir o mesmo caminho e engordar essa lista. O Governo Federal está analisando a emissão dos seus primeiros os títulos soberanos denominados em Yuan, medida que já seria reflexo da recente visita de Luiz Inácio Lula da Silva a China.

A emissão de títulos soberanos do Brasil em dólares caiu 44%, para US$ 2,4 bilhões neste ano, segundo os dados.

A Arábia Saudita captou 2,25 bilhões de euros (US$ 2,36 bilhões) por meio de uma emissão de títulos denominados em euros como parte de seu programa global de notas de médio prazo, alinhado à sua estratégia de diversificação longe do financiamento atrelado ao dólar.

“O desafio com os títulos em moeda local é que essas emissões tendem a ser muito menores e menos líquidas. Mas acreditamos que, com o tempo, haverá mais investidores internacionais nesses mercados”, disse Kenneth Orchard, chefe de renda fixa internacional da T. Rowe Price, com sede em Londres.

Fonte: Money Times e Reuters