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Kinea reduz fatia em ouro e mantém aposta no real, de olho em diferencial de juros

3 de novembro de 2025 |
05:52
Imagem: Reuters

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A Kinea Investimentos reduziu sua exposição ao ouro e manteve posição comprada no real, segundo a carta mensal divulgada nesta segunda-feira (3). A gestora citou o aumento da volatilidade do metal e o elevado diferencial de juros no Brasil como fatores centrais para os ajustes de portfólio.

Segundo a gestora, a valorização recente do ouro foi impulsionada por cortes de juros nos Estados Unidos, déficits fiscais crescentes e maior procura de investidores individuais. Esse movimento, porém, levou a uma correção de posição. “Optamos por reduzir nosso posicionamento em virtude de fortes influxos de pessoa física, que aumentaram substancialmente a volatilidade do metal no curto prazo”, escreveu a Kinea.

A gestora havia mantido posição comprada em ouro desde 2022, em meio ao cenário de juros reais em queda e dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal nas principais economias. Agora, avalia que o aumento da especulação reduziu a atratividade do ativo no curto prazo.

No mercado doméstico, a Kinea segue comprada no real, sustentada pelo diferencial elevado de juros em relação a outras moedas emergentes. A gestora projeta estabilidade da economia brasileira no segundo semestre e acredita que o Banco Central poderá iniciar o ciclo de cortes da Selic no início de 2026, à medida que a inflação continue cedendo.

“Os indicadores de atividade estão no menor patamar desde a pandemia, e temos visto revisões baixistas nas projeções de inflação mais longas do Focus”, escreveu a gestora. Com isso, mantém posições aplicadas na curva de juros e compradas no real, apoiadas na atratividade das taxas brasileiras.

 

 

Menos Bolsa Brasil, mais EUA

Na renda variável, a Kinea reduziu a exposição ao mercado doméstico após a valorização recente da Bolsa e direcionou parte do portfólio para ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos. A gestora avalia que o tema de inteligência artificial continua sendo o principal motor do crescimento americano, impulsionando investimentos em datacenters, semicondutores e infraestrutura energética.

Segundo a carta, o ciclo de expansão liderado pela IA tem sustentado o PIB e o consumo nos EUA, criando um ambiente que combina crescimento de lucros corporativos e expectativa de queda dos juros. Nesse contexto, a Kinea mantém posição comprada em ações globais, com foco em empresas de tecnologia com forte geração de caixa e exposição ao avanço da inteligência artificial.

A gestora também destacou que o movimento de transformação digital tem ampliado a demanda por metais industriais e insumos críticos, como cobre e lítio, essenciais para a eletrificação e a construção da infraestrutura necessária para a IA. A Kinea observa que o mesmo processo de reindustrialização tecnológica impulsiona o consumo de semicondutores e metais raros, setores diretamente afetados pela disputa entre Estados Unidos e China.

Fonte: InfoMoney