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Usiminas traz dados mistos no 3T, enquanto projeções dividem analistas; ação cai 0,6%

24 de outubro de 2025 |
17:27
Imagem: Reprodução

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A Usiminas (USIM5) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 na manhã desta sexta-feira (24). Mesmo com números abaixo do consenso, uma linha no balanço apresentado pela siderúrgica superou expectativas de analistas: o caixa das operações.

Em um dia de forte variação, a ação fechou a sessão desta sexta-feira (24) com perdas, de 0,60% (R$ 4,94). Contudo, longe das mínimas, de R$ 4,56, ou baixa de 8,25%.

Avaliação de analistas sobre o balanço:

  • Morgan Stanley: neutro;
  • Itaú BBA: neutro, com 3T25 em linha com expectativas e projeção de resultados estáveis no 4T25;
  • XP: neutro, com destaque para perspectiva positiva para o 4T25;
  • Bradesco BBI: resultados fracos no 3T25, sem expectativa de brilho para o 4T25;
  • JPMorgan: dados do 3T25 ligeiramente abaixo do consenso, mas com forte geração de caixa livre;
  • Goldman Sachs: 3T25 em linha com expectativas, rentabilidade de aço tocou fundo;

A linha veio em R$ 878 milhões, bem acima do consenso do mercado, que estimava R$ 707 milhões. O Morgan Stanley projetava caixa gerado por operações em R$ 706 milhões e considerou que o valor acima das expectativas foi impulsionado pela liberação de capital de giro maior que o esperado. A alta teria compensado a leve diferença negativa no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).

“A geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi forte, impulsionada pela liberação de capital de giro e menor execução de CAPEX (que provavelmente aumentará no 4T), enquanto os resultados do aço parecem ter atingido um fundo, com estabilidade esperada no 4T e possibilidade de avanço positivo a partir do 1T26”, considera o Goldman Sachs.

Outro destaque foi a queda da dívida líquida, que chegou a R$ 327 milhões contra os R$ 1,04 bilhão do trimestre anterior. Mesmo projetando queda na linha, analistas estimavam a dívida líquida em R$ 736 milhões no terceiro trimestre. Com o valor atual, a alavancagem da Usiminas recuou para 0,16 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, contra as 0,50 vezes presentes no segundo trimestre.

O Bradesco BBI considerou que o desempenho operacional da divisão de aço trouxe melhora, apoiada por custos menores. Mesmo assim, a análise faz a ressalva de que a comparação com o segundo trimestre já seria mais fácil, por eventos pontuais que afetaram dados anteriores. No segmento da mineração, os números ficaram abaixo das expectativas, causados por custos mais altos que compensaram negativamente o aumento da produção, para o banco.

A queda na mineração também foi destacada na análise do JPMorgan, que citou também grande baixas e reversões não caixa. Já a XP e o Itaú BBA consideraram que as duas frentes apresentaram melhora no desempenho.

 

 

A maioria dos dados financeiros da Usiminas veio ligeiramente abaixo das expectativas, com Ebitda Ajustado em R$ 434 milhões (+6% t/t e +2% a/a), 2% a menos que o projetado pelo Morgan e exatamente em linha com a estimativa do Itaú BBA. O banco estrangeiro cita o custo de mercadorias vendidas maior como uma das principais causas do resultado, mesmo com receita maior e despesas administrativas menores.

O lucro ajustado por ação ficou negativo em R$ 1,68 na avaliação do Morgan, causado por despesas tributárias maiores, além de pequena diferença operacional.

Já os dados operacionais mostram volumes de aço maiores que o esperado por analistas, em 1.104 mil toneladas, assim como os volumes de minério de ferro, que ficaram em 2.503 mil toneladas.

 

O que esperar?

Mesmo com dados neutros, com algumas linhas ligeiramente mais fracas compensadas por outras mais fortes que o esperado, o Morgan projeta alta para o consenso de Ebitda para Usiminas. Há também projeção positiva para custo de mercadorias vendidas (COGS) por tonelada, motivada pela queda nos preços de matérias-primas e maior eficiência operacional.

A XP, como o Itaú BBA, projeta perspectiva marginalmente positiva para o quarto trimestre, com expectativas de compensação de volumes sazonalmente mais fracos por custos menores e preços praticamente estáveis.

A visão não é partilhada pelo Bradesco BBI, que considera não haver “brilho” no panorama para o quarto trimestre. Analistas do banco projetam ainda tendências desafiadoras para o próximo trimestre, com resultados da divisão de aço com expectativa de estabilidade. O principal risco nessa frente para o cumprimento das orientações (guidance) fornecidas pela empresa, no entanto, seria a continuidade de aumentos de preços no setor.

Para mineração, o BBI estima que volumes mais fracos do próximo trimestre podem ser parcialmente compensados por preços realizados mais altos.

Analistas ainda não consideraram nos cenários potenciais medidas antidumping e a valorização que podem trazer para companhias do setor. Em relatório publicado nesta semana, o Morgan cita a Usiminas como principal beneficiada, já que cerca de 75% de seu portfólio seria exposto aos produtos que podem ser alvo das medidas. O BBI também destaca impacto positivo para USIM5.

O Goldman considera que foco de investidores poderá estar na implementação das medidas. O impacto positivo pode também ser mais presente dado o elevado grau de alavancagem operacional e aumento de preços superior a 10%. A reação do mercado, por isso, deve ser positiva em caso de implementação.

Fonte: InfoMoney