O Brasil tem “várias casas de bananas” em relações bilaterais que podem interferir na negociação das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou o diretor executivo para as Américas do Eurasia Group, Christopher Garman.
Garman disse nesta segunda-feira (17), no evento Plano de Voo, da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), que a relação política entre os governos brasileiro e norte-americano é “bem mais difícil” do que anteriormente.
“Acredito que o caminho do Brasil para negociar possíveis ressalvas à imposição de tarifa de 25% sobre aço e alumínio com a Casa Blanca vai ser mais difícil do que no primeiro mandato do Trump”, afirmou.
Há uma preocupação com a convicção de Trump de que as taxas são instrumentos para trazer empregos para os EUA e com a disposição em impor um custo econômico e preços mais elevados para os consumidores do país.
Apesar disso, o diretor do Eufrasia acredita que há espaço para negociação. No entanto, a principal questão que surge é se o Brasil estará disposto a reduzir suas tarifas para se equiparar às condições comerciais impostas pelos EUA.
Garman está pessimista em relação ao “tarifaço” de Trump e crê que o setor privado possa estar subestimando os desafios relacionados ao volume.
Apesar disso, ele pontua que nem todas as tarifas indicadas devem se materializar, uma vez que algumas propostas apresentam limitações. “É muito difícil colocar uma tarifa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México”, afirmou.


