O Partido Liberal (PL) vai apresentar no Senado uma emenda para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para todos os contribuintes que recebem até R$ 10 mil mensais. A medida pretende alterar o projeto já aprovado pela Câmara dos Deputados, que fixou a isenção em R$ 5 mil a partir de 2026.
A proposta será apresentada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que vê chances de aprovação no plenário. “Acho que vai aprovar. É evidente que haverá alguns destaques. A proposta do PL é ampliar a faixa de isenção para R$ 10 mil, e não para R$ 5 mil, que ainda é pouco. Chegando aqui [no Senado], votamos rápido”, disse.
Rejeição na Câmara
Na Câmara, o PL já havia tentado incluir a mesma emenda, mas o relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), rejeitou a proposta por não apresentar fontes de compensação fiscal. O argumento do governo é que a ampliação para R$ 10 mil traria impacto insustentável às contas públicas.
O texto aprovado pelos deputados foi negociado diretamente com o Planalto e prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil e descontos escalonados para rendas de até R$ 7.350.
Expectativa no Senado
A tendência é de que o projeto seja aprovado com facilidade, inclusive com votos da oposição, repetindo o placar unânime da Câmara. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é cotado para assumir a relatoria do texto no Senado, o que pode acirrar a disputa política com Arthur Lira, seu adversário histórico em Alagoas.
O governo estima que 16 milhões de pessoas sejam beneficiadas pela isenção. A medida é tratada como uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e será usada como trunfo político em 2026.
Se aprovada pelo Senado até o fim do ano e sancionada por Lula, a nova tabela passará a valer já na declaração de 2026, ano da eleição presidencial.