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Maiores bilionários, como Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, ganharam US$ 698 bi em 1 ano

5 de novembro de 2025 |
06:37
Imagem: Shutterstock

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Enquanto os americanos apertam o orçamento em meio a cortes no programa de assistência alimentar, custos habitacionais crescentes e demissões em massa, os ultrarricos experimentam ganhos de riqueza sem precedentes. Nos próximos anos, podemos até ter nosso primeiro trilionário: Elon Musk.

Agora, um novo relatório da Oxfam revelou que os 10 mais ricos bilionários dos EUA adicionaram US$ 698 bilhões (R$ 3,8 trilhões) aos seus patrimônios no último ano.

Quase todo esse grupo ultrarrico é formado por líderes de empresas que lucram com a corrida do ouro em tecnologia e IA — incluindo o cofundador da Oracle Corporation, Larry Ellison, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, os cofundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, o ex-CEO da Microsoft Steve Ballmer e o fundador da Dell Technologies, Michael Dell.

Em média, cada pessoa da lista dos 10 mais ricos nos EUA ganhou US$ 69,8 bilhões no último ano — ou seja, 833.631 vezes mais do que o que a típica família americana conseguiu. A renda média anual de uma família nos EUA foi de US$ 83.730 (R$ 452 mil) no ano passado, segundo dados do censo americano.

 

40% das famílias americanas são “pobres”, diz a Oxfam

Enquanto os bilionários ficam mais ricos, os americanos sobrevivem com salários modestos. Mais de 40% da população dos EUA — incluindo quase 50% das crianças — são considerados pobres ou de baixa renda, de acordo com o relatório.

Observando tendências das últimas décadas, a concentração de riqueza fica ainda mais evidente. Entre 1989 e 2022, uma família rica nos EUA no percentil 99 (ou top 1%) acumulou 101 vezes mais riqueza do que a família média.

Na verdade, os 0,1% mais ricos dos americanos hoje detêm 12,6% dos ativos e 24% do mercado de ações. Enquanto isso, os 50% mais pobres detêm apenas 1,1% da bolsa.

Mulheres e pessoas negras foram as mais atingidas pela crescente desigualdade; a família chefiada por homem médio ganhou quatro vezes mais riqueza comparada à típica família chefiada por mulher.

Os recursos das famílias brancas cresceram 7,2 vezes mais do que a típica família negra, e 6,7 vezes mais do que a típica família hispânica/latina.

E, embora representem um terço da população dos EUA, as famílias negras e hispânicas/latinas detêm apenas 5,8% da riqueza do país.

Para piorar, o abismo de riqueza nos EUA está apenas prestes a se alargar, segundo alerta o relatório, graças à administração Trump, à escassez de empregos, à “One Big Beautiful Bill” (corte de impostos de ricos) e a uma recessão iminente.

 

 

Por que a desigualdade nos EUA está piorando

A história parece estar se repetindo; os 0,0001% mais ricos controlam uma parcela maior da riqueza do que na Era Dourada (período de crescimento de grandes fortunas no fim do século 19 nos EUA), segundo o relatório. Os bilionários se tornaram reis nos EUA, e a nova administração está aprovando leis para salvaguardar suas fortunas.

“A administração Trump corre o risco de acelerar exponencialmente algumas das piores tendências dos últimos 45 anos”, nota o estudo da Oxfam, “já encaminhou em menos de um ano uma enorme reforma tributária regressiva, grandes cortes na rede de proteção social e retrocessos significativos nos direitos dos trabalhadores.”

O presidente Trump aprovou sua “One Big Beautiful Bill” em julho, que implica reduzir a conta de impostos dos 0,1% que mais ganham no país. Até 2027, espera-se que a regra diminua em US$ 311.000 os impostos dos ultrarricos, enquanto os americanos mais pobres — ganhando menos de US$ 15.000 por ano — serão obrigados a pagar ainda mais impostos.

Entre as 10 maiores economias da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os EUA ficam em penúltimo lugar no uso do sistema de impostos e transferências para combater a desigualdade. Nesse grupo, os Estados Unidos também têm a maior taxa de pobreza relativa.

Enquanto os EUA abrigam mais bilionários do que qualquer outro país do mundo, o cidadão médio americano não obtém uma fatia desse monumental sucesso econômico. O economista-chefe da Moody’s Corporation, Mark Zandi, disse à revista Fortune no mês passado que as famílias de menor renda estão “na corda bamba financeira”.

O custo de vida está disparado, oportunidades de empregos bem remunerados são escassas, e as demissões estão aumentando. Para piorar, os EUA estão caminhando para uma recessão; 22 estados americanos já veem suas economias se contrair, colocando as finanças em risco.

“A sensação de instabilidade é maior porque ninguém está sendo contratado. Você pode sustentar isso por um tempo, mas não para sempre. Se as demissões começarem a aumentar, esse grupo de renda média-baixa vai ser atingido — e eles não têm opções”, disse Zandi.

“Eles têm dívidas: dívida de automóvel, dívida de empréstimo estudantil. Talvez, se tiverem sorte, também têm um financiamento imobiliário. Eles vão se complicar, e o mundo deles vai entrar em recessão muito rápido.”

 

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Fonte: InfoMoney