Lives de

Planejamento

no Domingão do Guilhermão

Cadastre-se

Agora Mesmo

pelo APP ou SITE

Klabin (KLBN11) tem queda no lucro, mas ação sobe 3% com forte geração de caixa no 3T

4 de novembro de 2025 |
18:33
Imagem: Divulgação

Compartilhar:

As ações da Klabin (KLBN11) operam com forte valorização nesta terça-feira (4), com investidores repercutindo os resultados da fabricante de papel e celulose no terceiro trimestre de 2025. Os papéis subiram 2,95%, R$ 18,51; cabe destacar ainda a alta do dólar na sessão, que beneficia as ações de empresas do setor de papel e celulose.

A empresa teve lucro líquido de R$ 478 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), montante 34% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2024. A companhia apresentou resultados ligeiramente acima do esperado, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 2,117 bilhões, alta de 4% em relação ao trimestre anterior e de 17% na comparação anual e 6% acima das estimativas da XP, também impulsionado por um ganho de R$ 80 milhões com a venda de terrenos. “O bom desempenho de volumes de papel e o controle de custos foram os principais destaques do trimestre”, destacam analistas.

Embora os custos estejam na faixa superior do guidance para os nove primeiros meses de 2025 (entre R$ 3,1 mil e R$ 3,2 mil por tonelada), e devam ser impactados pelas paradas de manutenção previstas para o 4T25, a XP Investimentos reitera sua visão positiva para KLBN11, sustentada pela trajetória de desalavancagem, que deve continuar impulsionando o potencial de valorização das ações.

O Itaú BBA, por sua vez, disse que a a geração de fluxo de caixa livre foi o destaque que, juntamente com R$ 600 milhões recebidos de transações florestais, levou a uma redução da alavancagem financeira para 3,3 vezes em reais e 3,6 vezes em dólares.

Já o Bradesco BBI avalia que, apesar do desempenho operacional misto entre as divisões, a geração de caixa foi sólida no 3T25, levando a uma queda importante na alavancagem.

Embora o custo caixa consolidado por tonelada para o ano possa ficar um pouco acima da projeção, o BBI também vê espaço para que a projeção de despesas de capital fique abaixo dos R$ 3,3 bilhões previstos, considerando os investimentos acumulados no ano de apenas R$ 1,8 bilhão.

A companhia gerou fluxo de caixa livre ajustado de R$ 1,032 milhão, ante R$ 513 milhões no 2T25, resultando em um rendimento de 12,6% nos últimos 12 meses, “impulsionado pela redução dos pagamentos de juros e pelo menor capex”, destaca Santander. Assim, a alavancagem em dólar melhorou para 3,6 vezes, em linha com a política financeira da empresa.

 

 

Celulose

A divisão de celulose registrou volume de vendas praticamente estável, em 401 mil toneladas. Na avaliação do Santander, os preços realizados de celulose foram o principal obstáculo ao resultado, já que os preços da fibra curta caíram 10% no trimestre, para US$ 527 a tonelada, parcialmente compensados pela estabilidade dos preços da fibra longa, em US$ 1.004 por tonelada.

O custo caixa unitário subiu para US$ 243 a tonelada, pressionado principalmente pelo maior custo da madeira, afetado pelas condições climáticas. Com isso, o Ebitda da divisão de celulose recuou 18% no trimestre, para R$ 713 milhões, com margem reduzida para 50% e representando 34% do Ebitda consolidado da Klabin.

Segundo o BBA, os resultados mais fracos no trimestre foram pressionados por menores preços e custos mais altos.

“Olhando para o 4T25, os preços realizados devem se recuperar à medida que a recuperação em curso nos preços da celulose na Europa e na China se reflita nos resultados”, disse BBI.

Em relação aos custos, o custo dos produtos vendidos (CPV) em caixa por tonelada (excluindo paradas para manutenção) ficou 3% acima da expectativas do BBI e 2% acima do trimestre anterior, atingindo R$ 1.324 a tonelada, principalmente devido ao aumento dos custos da madeira, que foram impactados por problemas relacionados ao clima.

 

Papel e embalagens

A divisão de papéis registrou aumento de 9% nas vendas trimestrais, para 375 mil toneladas. Já a divisão de embalagens teve crescimento de 7% no volume de vendas, para 291 mil toneladas. Em termos de preços, o papel apresentou queda de 3% no trimestre, para R$ 4.840/t, enquanto as embalagens permaneceram praticamente estáveis, em R$ 6.946/t, beneficiadas por um mix de vendas mais favorável. O Ebitda combinado de papel e embalagens avançou 19% no trimestre, para R$ 1,404 bilhão, com margem Ebitda ampliada para 37%.

Para BBA, os resultados mais fortes no trimestre foram impulsionados principalmente pela alta da receita líquida.

 

Recomendação de compra

O Santander, BBA e BBI mantêm recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 33, R$ 23 e R$ 25.

Fonte: InfoMoney