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Inflação Americana de Junho e Reunião sobre o IOF

15 de julho de 2025 |
09:23
Imagem: Getty Images

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Cenários

A inflação americana ao consumidor (Consumer Price Index, CPI) de junho será divulgada nesta manhã. A mediana das expectativas dos investidores é de uma aceleração nos preços. A projeção para o CPI “cheio” é de 2,6% nos 12 meses até junho, acima dos 2,4% registrados nos 12 meses até maio. No caso do “núcleo” da inflação, que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, a mediana das estimativas é de uma taxa de 2,9% em 12 meses, acima dos 2,8% nos 12 meses até maio.

A dúvida dos economistas é se a campanha de tarifas elevadas do presidente americano, Donald Trump, contra parceiros comerciais dos EUA vai começar ou não a fazer efeito sobre os preços. Até agora, a inflação americana tem subido relativamente pouco apesar dessa intervenção pesada na economia. No entanto, tem havido um temor persistente de que os preços ao consumidor possam ter começado a subir devido às tarifas.

A grande questão é se fabricantes, importadores e varejistas já começaram a repassar o custo dos impostos mais altos para a cadeia de suprimentos. Trump impôs inúmeras tarifas desde que assumiu o cargo, incluindo uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos importados, uma tarifa de 25% sobre carros estrangeiros e tarifas de mais de 50% sobre produtos chineses. Desde o dia 7 de julho, o presidente americano tem imposto unilateralmente tarifas entre 25% e 50% para produtos importados.

O resultado da inflação pode ter implicações para a atuação do Federal Reserve (FED), o banco central americano, que se reúne no fim de julho para definir as taxas de juros. As autoridades do FED mantiveram os FED Funds no intervalo entre 4,25% e 4,50% e deverão persistir nessa estratégia na próxima reunião. Porém, há uma forte expectativa de que os juros comecem a baixar na reunião de setembro, desde que a inflação mostre estar sob controle.

Além da inflação americana, a atenção dos investidores estará voltada para a reunião agendada às 15 horas no Supremo Tribunal Federal (STF) em que representantes do Executivo e do Legislativo vão tentar chegar a um acordo sobre a cobrança do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), definido pelo governo em 22 de maio e derrubado pelo Congresso no fim de junho. O aumento do imposto está suspenso por decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, que marcou essa audiência.

Na reunião o governo deve sustentar a legalidade do decreto, alegando exclusividade da Presidência para editar normas tributárias e recusar revogação total do aumento. E os representantes do Congresso devem contestar a decisão alegando desvio de finalidade. Ou seja, uso do IOF para arrecadar, quando o imposto é considerado apenas regulatório.

Também há propostas alternativas como excluir da tributação os investimentos em previdência privada, os empréstimos na categoria risco sacado (essenciais para o varejo) e as remessas ao exterior. A avaliação de tributaristas é que essas mudanças poderiam reduzir a estimativa de arrecadação adicional de R$ 20 bilhões para cerca de R$ 5 bilhões.

Caso não haja acordo e o Supremo Tribunal Federal tenha que decidir sobre o mérito, os argumentos apresentados indicam que o presidente da República, embora tenha tomado uma medida impopular, não exorbitou os limites legais. Isso porque o parágrafo 1º do artigo 153 da Constituição Federal autoriza expressamente o chefe do Executivo a alterar alíquotas do IOF por decreto, e o parágrafo 2º do artigo 1º da Lei 8.894/1994 permite que isso ocorra com base em política fiscal, inclusive para fins arrecadatórios.

 

 

Perspectivas

Os contratos futuros dos índices americanos estão em uma leve alta no pré-mercado, com os investidores na expectativa da inflação americana de junho. Índices em linha ou abaixo do esperado podem sustentar altas nas ações, mas uma inflação acelerada deve levar os investidores a refazer as contas para os juros.

 

Indicadores

Brasil

Sem indicadores relevantes

 

Estados Unidos

Inflação ao consumidor / CPI (Jun)

Esperado: 0,3%

Anterior: 0,1%

 

Inflação ao consumidor / CPI (12m)

Esperado: 2,6%

Anterior: 2,4%

 

Núcleo da Inflação ao consumidor / CPI (Jun)

Esperado: 0,3%

Anterior: 0,1%

 

Núcleo da Inflação ao consumidor / CPI (12m)

Esperado: 2,9%

Anterior: 2,8%

 

Fonte: Forbes