O Ibovespa Futuro opera com alta nas primeiras negociações desta quarta-feira (15), com o retorno do apetite por risco mercados internacionais depois de comentários considerados “dovish” do presidente do Federal Reserve (Fed), enquanto o Banco Central deve ficar no foco na cena nacional. Às 9h03 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em outubro subia 0,26%, aos 142.260 pontos.
As ações globais recuperavam parte das perdas recentes e o dólar caía nesta sessão, depois que Jerome Powell deixou aberta na terça-feira a possibilidade de novos cortes na taxa de juros dos Estados Unidos e disse que o fim do esforço prolongado do banco central norte-americano para reduzir o tamanho de seu balanço pode estar se aproximando.
Os comentários reforçaram as expectativas de mais afrouxamento monetário este ano, com cerca de 48 pontos-base de cortes nos juros precificados até dezembro.
Na pauta nacional, o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, palestra em evento do banco Goldman Sachs às 12h. Já o diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, participa como painelista no seminário da J.P. Morgan às 15h45.
Enquanto isso, a Comissão Mista de Orçamento adiou para esta quarta-feira, às 14h, a votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano, de acordo com a Agência Senado.
Em Wall Street, o Dow Jones Futuro subia 0,49%, o S&P Futuro avançava 0,64% e o Nasdaq Futuro tinha alta de 0,82%.
Ibovespa, dólar e mercado externo
O dólar à vista operava com baixa de 0,13%, cotado a R$ 5,462 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,38%, a R$ 5,480 pontos.
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam com alta, na contramão das quedas de Wall Street depois que EUA e China trocaram golpes em uma nova disputa comercial.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou na terça-feira a China por não comprar soja, chamando-a de “um ato economicamente hostil”. Ele também ameaçou “retribuição”, como um embargo ao óleo de cozinha.
Os preços ao consumidor na China recuaram além do esperado em setembro, enquanto a deflação nos preços ao produtor continuou, evidenciando os efeitos da demanda interna enfraquecida e das tensões comerciais sobre a confiança de consumidores e empresas.
Os preços do petróleo operam perto da estabilidade após recuarem para a mínima de cinco meses na terça-feira, devido às expectativas de excesso de oferta e ao aumento das tensões comerciais entre EUA e China.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que o mercado global de petróleo terá um excesso de oferta de quase 4 milhões de barris por dia no próximo ano, um aumento de quase um quinto em relação à previsão anterior.
Os investidores também se preparam para novas retaliações entre as duas maiores economias do mundo, já que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderia interromper o comércio de óleo de cozinha com a China.
As cotações do minério de ferro na China fecharam em baixa, impactados por temores com a perspectiva de demanda decorrentes do agravamento da disputa comercial entre Pequim e EUA.
(Com Reuters e Bloomberg)