Bolsas dos EUA fecham com queda nesta sexta mas avançaram pela segunda semana consecutiva
Mais uma vez, o Ibovespa encerrou o pregão em baixa. Dessa vez, no entanto, o recuo foi discreto e pode até ser visto como estabilidade, com perda de apenas 0,03%, aos 122.446,94 pontos.
Investidores continuaram monitorando os movimentos de Donald Trump no começo de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, principalmente relacionados a tarifas comerciais. Apesar de o republicano ter amenizado o tom, a expectativa é de que o tema ainda adicione volatilidade.
Apesar disso, no início do pregão, o Ibovespa mostrava leve valorização, sustentado principalmente pelo avanço de mais de 1% da Vale, enquanto agentes financeiros também repercutiam o IPCA-15 e continuam monitorando os movimentos de Donald Trump no começo de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos.
O IPCA-15 aumentou 0,11% em janeiro, influenciado pelos preços de alimentos e bebidas, mostrou o IBGE, contra expectativa de recuo de 0,03%, no momento em que o governo demonstra preocupação com o tema. Em 12 meses, porém, alta ficou em 4,50%, abaixo dos 4,71% no mês anterior.
Na visão da equipe do Departamento de Pesquisa Econômica do Banco Daycoval, em relatório a clientes, o IPCA-15 segue com pressão altista dos alimentos e bens industriais, enquanto a deterioração adicional na composição dos serviços acende o alerta para a condução da política monetária pelo Banco Central.
“Este quadro reforça a expectativa de trajetória de juros mais restritiva por parte do BC. O alívio em energia elétrica pelo bônus de Itaipu não muda o cenário, sobretudo pelo o efeito temporário da medida que será revertido no mês de fevereiro”, afirmaram os economistas chefiados por Rafael Cardoso.
A CSN (CSNA3) liderou as altas, com avanço de 5,09%. Nomes que se beneficiam de cenário com queda de juros, como Cogna (COGN3) e Oncoclínicas (ONCO3) também se juntaram aos avanços da sessão.
Na ponta negativa, Automob (AMOB3) segue entre sessões de oscilação, com perda de 3,23%, a R$ 0,31. CVC (CVCB3) e LWSA (LWSA3) também compuseram as quedas do pregão.
Os contratos futuros de petróleo fecharam perto da estabilidade nesta sexta-feira, 24, encerrando uma semana marcada por quedas nas cotações da commodity. O grande destaque para o mercado segue o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem reforçando os apelos por uma queda nos preços da matéria-prima.
Nos EUA, o índice de referência S&P 500 e o Nasdaq oscilavam pouco nesta sexta-feira durante a sessão, com os investidores permanecendo cautelosos e avaliando novos dados, enquanto a Boeing recuava após emitir um aviso de lucro trimestral.
Uma pesquisa da S&P Global mostrou que a atividade empresarial nos Estados Unidos desacelerou sua expansão para uma mínima de nove meses em janeiro, em meio ao aumento das pressões de preços, mas as empresas relataram um aumento nas contratações, apoiando a abordagem cautelosa do Federal Reserve em relação à política monetária este ano.
No exterior, as bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta sexta-feira, 24, em uma sessão que repercutiu balanços trimestrais, que foram especialmente favoráveis ao setor de luxo. Além disso, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as relações com a China impulsionaram parte das ações, já que o republicano dissipou parte dos temores sobre a escalada de uma guerra comercial. O dia contou ainda com a divulgação de indicadores da economia da região.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,07%, a 529 96 pontos.
Já as taxas dos DIs fecharam a sexta-feira em alta entre os contratos com prazos mais curtos, após o IPCA-15 de janeiro subir de forma inesperada em meio ao avanço dos preços dos alimentos, enquanto as taxas longas se mantiveram mais acomodadas, sob influência dos Treasuries.
No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 14,135%, ante o ajuste de 14,095% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,13%, com alta de 10 pontos-base ante o ajuste de 15,031%
O dólar, por sua vez, emplacou a quinta queda diária consecutiva no Brasil, encerrando a sexta-feira com o maior recuo semanal desde agosto do ano passado, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar a possibilidade de um acordo comercial com a China.
A moeda despencou ante o real já no início da sessão, após Trump ter afirmado em entrevista à Fox News, na noite de quinta-feira, que a conversa na semana passada com o presidente da China, Xi Jinping, foi amigável e que ele acredita que pode chegar a um acordo comercial com o gigante asiático.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)


