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Eai Invest recebe Gustavo Spinola, comentando macro, perspectivas de fundos imobiliários e dólar

9 de janeiro de 2025 |
20:33
Imagem: Eai Invest

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Guilherme Cunha conversa com Gustavo Spinola, estrategista-chefe da RB Investimentos, sobre o panorama econômico para 2025 e os reflexos nos investimentos. O papo é direto e informativo, recheado de análises sobre juros, inflação, câmbio, fundos imobiliários e, claro, a tão falada política fiscal brasileira.

Juros em Alta e a Sombra da Inflação:

Gustavo começa contextualizando o cenário, explicando que, na visão da RB Investimentos, o risco para a taxa de juros é de alta. Ele acredita que o Banco Central ainda não conseguiu “ancorar” as expectativas e que, para isso, a SELIC precisará subir para algo próximo de 16%, ou até mais – um patamar que o Brasil não vê há tempos. A inflação, segundo ele, pode até estourar o teto da meta (4,5%), mas não deve se distanciar muito de 5%, devido aos efeitos da política monetária.

Atividade Econômica: Desaceleração, mas nem Tanto:

Sobre a atividade econômica, Gustavo traz um ponto interessante: a RB Investimentos tem sido mais otimista que a média do mercado e, até agora, tem acertado mais. Para 2024, a previsão inicial de 2,5% de crescimento do PIB se mostrou conservadora, e a expectativa agora é de 3,5% a 3,6%. Para 2025, a aposta é em uma desaceleração para algo entre 2,5% e 3%, ainda acima do consenso de mercado. Ele justifica esse otimismo com base em reformas estruturais aprovadas nos últimos anos (marco do saneamento, lei das falências, reforma da Previdência e trabalhista) e em concessões bilionárias que estão em andamento.

Fundos Imobiliários: Paciência é a Chave:

Quando o assunto são os fundos imobiliários, Gustavo é taxativo: eles não devem “andar” enquanto não houver uma definição sobre a taxa de juros final deste ciclo. Ele explica que, em momentos de alta dos juros, os fundos imobiliários tendem a cair, e só começam a reagir quando a taxa se estabiliza. Uma recuperação mais forte, segundo ele, só virá quando o ciclo de corte de juros estiver claro. Para 2025, ele não crê que o rendimento dos fundos imobiliários supere o CDI.

Dólar: O Dia 20 de Janeiro é Crucial:

A conversa então se volta para o câmbio. Gustavo destaca que a referência de R$ 5,00 ficou para trás e que agora a dúvida é se R$ 6,00 será o novo patamar. Ele enfatiza que o fator determinante será a política do novo governo americano, que assume em 20 de janeiro. O possível eleito, segundo ele, tem políticas que podem fortalecer o dólar, mas, ao mesmo tempo, discursa sobre enfraquecê-lo para favorecer a indústria americana, o que gera muita incerteza. Ele relembra o “Acordo de Plaza” de 1985, quando os EUA forçaram outros bancos centrais a desvalorizarem suas moedas frente ao dólar, e sugere que algo semelhante pode ocorrer.

Política Fiscal Brasileira: O Calcanhar de Aquiles:

Gustavo não poupa críticas à condução da política fiscal no Brasil. Ele ressalta o crescimento da dívida pública nos últimos anos e o fato de que os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) têm contribuído para o desequilíbrio das contas públicas. Ele menciona a resistência do governo em cortar gastos e as concessões de benefícios por parte do Congresso e do Judiciário, piorando o cenário fiscal.

Redes Sociais e Contato:

Para quem quiser acompanhar o trabalho de Gustavo, ele está presente no Instagram da RB Investimentos, participa de uma live na BMC News às quartas-feiras e pode ser encontrado no LinkedIn como Gustavo Spinola Lopes da Cruz.

Conclusão: Um Ano de Incertezas, mas com Possíveis Oportunidades:

Gustavo finaliza a conversa reforçando a torcida por um ano melhor, com surpresas positivas e patamares interessantes para o Ibovespa e o IFIX. A conversa deixa claro que 2025 será um ano de muitas incertezas, principalmente em relação ao câmbio e à política fiscal brasileira. No entanto, para quem souber navegar nesse cenário turbulento, pode haver boas oportunidades de investimento, especialmente se o novo governo americano optar por uma política de enfraquecimento do dólar e se o Brasil conseguir, de alguma forma, controlar seus gastos públicos.

Fonte: Eai Invest