O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta terça-feira, na esteira de fortes ganhos da moeda norte-americana no exterior impulsionados por temores fiscais, enquanto na cena doméstica o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado ficou no radar.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, a R$5,4748.
Às 17h02, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,62%, a R$5,511 na venda.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,474
- Venda: R$ 5,474
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,49
- Venda: R$ 5,67
O que aconteceu com dólar hoje?
O dólar subia na reabertura dos mercados dos EUA, impulsionado pela aversão a risco e pela expectativa de dados econômicos importantes e incertezas na política comercial norte-americana.
Na sexta-feira passada, após o fechamento do pregão nos EUA, um tribunal de recursos decidiu que a maioria das tarifas do presidente Donald Trump é ilegal, prejudicando o uso das taxas pelo governo norte-americano como uma importante ferramenta de política econômica internacional.
As atenções estarão voltadas na próxima sexta-feira à divulgação do relatório de emprego de agosto nos EUA, que pode impactar a percepção de enfraquecimento do mercado de trabalho e as apostas de um corte de juros pelo Fed neste mês.
A divisa dos EUA também avançava com força contra pares emergentes do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Na cena doméstica, o IBGE informou que o PIB brasileiro cresceu 0,4% no trimestre de abril a junho, desacelerando em relação à expansão de 1,3%, em dado revisado para baixo, registrada no trimestre anterior.
O resultado confirmou a expectativa de desaceleração da economia brasileira diante de uma política monetária restritiva no país, com o Banco Central sinalizando que manterá a taxa de juros no patamar atual de 15% ao ano por período bastante prolongado.
O mercado também acompanhava o início do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o que elevava os temores de risco político do país e de agravamento nas relações diplomáticas entre Brasil e EUA.
Quando Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros em julho, ele vinculou a decisão, entre outros pontos, a um suposto “caça às bruxas” que o ex-presidente brasileiro seria vítima.
“O receio é de que uma eventual condenação sirva de justificativa para novas retaliações de Trump contra o Brasil, incluindo possíveis sanções adicionais ao Banco do Brasil e restrições comerciais, em meio ao já vigente tarifaço de 50%”, disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
“Esse ambiente de incerteza reforça a busca por proteção, com o dólar retomando fôlego contra o real.”
(Com Reuters)


