O dólar chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,28 na tarde desta quarta-feira após o Federal Reserve anunciar o aguardado corte de juros nos EUA, mas a divisa recuperou fôlego antes de fechar a sessão praticamente estável, novamente acima dos R$ 5,30.
Qual a cotação do dólar hoje?
A moeda norte-americana à vista fechou com leve alta de 0,06%, aos R$ 5,3019, interrompendo uma sequência de cinco sessões consecutivas de queda. Em 2025, o dólar acumula baixa de 14,19%.
Às 17h03 na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,02%, aos R$5,3145.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,44%, aos R$ 5,2987.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,301
- Venda: R$ 5,301
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,331
- Venda: R$ 5,511
O que aconteceu com o dólar hoje?
O dólar teve oscilações contidas no Brasil até a metade da tarde, com investidores mantendo posições antes da decisão do Fed sobre juros. Às 15h a instituição anunciou corte de 25 pontos-base de sua taxa de referência, para o intervalo de 4% a 4,25%, e indicou mais duas reduções de mesma magnitude até o fim deste ano.
Mais do que o corte, largamente esperado, a indicação de que as taxas continuarão a cair este ano pesou sobre as cotações do dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Após registrar a cotação máxima intradia de R$5,3145 (+0,30%) às 13h55, antes do anúncio do Fed, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,2762 (-0,42%) às 15h09, logo após a decisão.
O movimento, no entanto, não se sustentou e a divisa se reaproximou da estabilidade até o fechamento.
Definida a taxa de juros nos EUA, os agentes aguardam agora pela decisão do Banco Central do Brasil sobre a Selic, a ser divulgada após as 18h30. A expectativa é de que o BC mantenha a taxa em 15% ao ano.
Mais do que a decisão em si, os agentes estarão atentos à comunicação do colegiado, que poderá dar pistas sobre quando a Selic começará a cair no Brasil.
Profissionais ouvidos pela Reuters têm ponderado que o diferencial de juros entre Brasil e EUA — que se alargou com a decisão desta quarta-feira do Fed — tem sido um fator importante para a queda recente do dólar ante o real.
“O Fed cortou os juros em linha com as expectativas do mercado, mas certamente foi mais dovish que o esperado, com os membros esperando mais dois cortes de 25 bps esse ano”, disse Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, em comentário escrito.
“A tendência de dólar fraco deve continuar com os juros mais baixos à frente, o que é extremamente positivo para os mercados emergentes”, acrescentou.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, chama a atenção para dois pontos da fala de Powell. Um primeiro ponto foi a avaliação de que um corte 50 pontos-base, opção apenas defendida por Miran, não faria grande diferença para a economia. Além disso, houve o alerta de que política monetária deve migrar para o campo neutro, e não estimulativo.
“Apesar do início do ciclo de cortes, a dissidência bem menor que a expectativa. Foi um corte hawkish”, afirma Borsoi. “Outro ponto relevante é que o Fed só quis ‘antecipar’ o ciclo de corte. Não há mudança na direção de política monetária. O Fed ainda vai buscar o nível neutro, mas de forma mais ágil.”
Às 17h04, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,33%, a 96,937.
Pela manhã o Banco Central do Brasil vendeu toda a oferta de 40.000 contratos de swap cambial tradicional em operação de rolagem.
(com Reuters)


