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Dólar dispara e renova máxima intradia histórica a R$ 6,20; o que está por trás da alta?

17 de dezembro de 2024 |
13:09
Imagem: Getty Images/ Canva Pro

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O dólar à vista (USDBRL) segue em trajetória de alta nesta terça-feira (17), em meio a piora da percepção de risco — que também repercute na disparada da curva de juros.

Por volta de 12h20 (horário de Brasília), a moeda norte-americana atingiu R$ 6,2073 (+1,87%) — a maior cotação intradia desde a criação do real, em 1994.

 

Ontem (16), o dólar à vista terminou o dia a R$ 6,0934 (+1,03%), no maior valor nominal de fechamento da história. O recorde anterior havia sido registrado na última segunda-feira (9), quando o dólar terminou a sessão cotado a R$ 6,0829.

Além do risco doméstico, a divisa norte-americana ganha força com o exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, opera em alta de cerca de 0,11%, aos 106,964 pontos — próximo às máximas históricas.

 

O que impulsiona o dólar hoje?

No cenário doméstico, o risco de desidratação do pacote fiscal durante a tramitação no Congresso Nacional — com a expectativa de que as medidas sejam aprovadas ainda neste ano — e a reação à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) pressionam a moeda brasileira.

No documento divulgado nesta terça-feira (17), o Copom afirmou que a alta recente do dólar e o pacote fiscal influenciaram na decisão de elevar a taxa básica de juros, a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a ata.

Vale ressaltar que colegiado ainda sinalizou mais duas altas da mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025 — que, segunda a ata, foi uma decisão unânime entre os membros do colegiado.

Há ainda rescaldo das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo (15). Em entrevista ao “Fantástico”, da Globo, Lula disse que o governo fez “aquilo que é possível” sobre as medidas fiscais e que “a única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%”.

Mais cedo, o Banco Central fez um novo leilão de dólares na tentativa de conter a disparada do câmbio — sendo a quarta intervenção consecutiva. Em novo leilão extraordinário, o BC vendeu US$ 1,2 bilhões, em sete lotes, e à taxa de corte de R$ 6,1005.

Já no início da tarde, o BC vendeu mais US$ 2,015 bilhões em um leilão no mercado à vista, em uma oferta de 22 propostas de lote mínimo de US$ 1 bilhão, e à taxa de corte de R$ 6,1500.

Na véspera, o BC fez dois leilões: uma oferta de R$ 3 bilhões, com compromisso de recompra — conhecido como leilão de linha —, que já estava programado, e outro, à vista e sem garantia de recompra, no valor de R$ 1,6 bilhão. Foi a maior intervenção no mercado à vista desde 24 de abril de 2020 — no auge da pandemia de Covid-19.

Desde o dia 12 de dezembro, o BC já injetou US$ 12,760 bilhões no mercado por meio de sete leilões à vista e de linha (com compromisso de recompra).

No exterior, novos dados de atividade econômica também movimentam o câmbio.

Nos Estados Unidos, as vendas no varejo aumentaram 0,7% em novembro, após um ganho revisado para cima de 0,5% em outubro, informou o Departamento de Comércio do país. Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançariam 0,5% no mês.

A reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que acontece entre hoje (17) e amanhã (18) fica no radar. Os agentes financeiros esperam um corte de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos pelo Fed, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

A decisão será divulgada na quarta-feira (18), acompanhada da entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.

 

*Com informações de Reuters

Fonte: Reuters e Money Times