A condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou reações imediatas no Congresso dos Estados Unidos, acentuando a divisão entre republicanos e democratas e ampliando a tensão já existente nas relações bilaterais.
“Prisão política”
Republicana da Flórida, a deputada María Elvira Salazar descreveu o julgamento como um “dia sombrio” para o Brasil e afirmou que o processo teve caráter de “vingança política”. Segundo ela, “a democracia morre quando juízes agem como ditadores”.
O deputado Carlos A. Giménez, também republicano da Flórida, foi além e disse que Bolsonaro se tornou “prisioneiro político no regime do bandido socialista Lula da Silva”.
O próprio Donald Trump declarou estar “surpreso e decepcionado” com a condenação, enquanto o secretário de Estado, Marco Rubio, classificou a decisão como “caça às bruxas” e prometeu que os EUA “responderão adequadamente”.
Democratas acusam Trump
Já os democratas adotaram um tom oposto.
Em carta assinada por Gregory Meeks, Joaquin Castro e Sydney Kamlager-Dove, deputados integrantes do Comitê de Relações Exteriores, defenderam que os EUA devem apoiar o povo brasileiro após o que classificaram como uma ameaça superada à democracia.
O comunicado, no entanto, foi além da defesa institucional: acusou Trump de interferir diretamente no processo ao impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que, segundo eles, buscou proteger Bolsonaro e fragilizar as instituições do país.
Para os democratas, essa postura abriu uma “guerra comercial” que prejudicou famílias norte-americanas e fortaleceu a relação econômica do Brasil com a China.


