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Compra de “cripto dólar” fora do alcance do IOF cresce no Brasil, mostra pesquisa

11 de agosto de 2025 |
10:14
Imagem: Pexels

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O brasileiro tem investido cada vez mais em stablecoins – criptomoedas atreladas a ativos do mercado tradicional, como o dólar. É o que mostra a quarta edição do relatório Panorama Cripto na América Latina, elaborado pela plataforma de serviços financeiros Bitso e divulgado nesta segunda-feira (11).

Essas moedas digitais, conhecidas no mercado como “cripto dólar”, representaram 35% das compras no Brasil no primeiro semestre de 2025. O dado mostra avanço em relação à edição anterior do relatório, lançada no início do ano, quando o índice era de 26%. Entre as stablecoins mais adquiridas na corretora estão USDC (24%) e USDT (11%).

A alta, vista também em outras plataformas com operação no Brasil, coincide com o período em que o governo federal anunciou o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Por não serem consideradas instrumentos de câmbio pela legislação brasileira, as stablecoins estão fora da incidência do imposto – e vêm sendo usadas por brasileiros como forma mais rápida e barata de enviar dinheiro ao exterior.

No fim de 2024, porém, o Banco Central abriu uma consulta pública sobre a regulamentação de serviços com ativos virtuais no mercado de câmbio. Especialistas avaliam que a proposta pode alterar o entendimento atual e permitir a cobrança de IOF sobre essas operações no futuro.

 

Preferência latino-americana

O aumento no uso de stablecoins não se limita ao Brasil. O relatório também aponta crescimento nas compras dessas criptos em países como Argentina, Colômbia e México – todos mercados em que a Bitso opera. Em toda a América Latina, a fatia de stablecoins chegou a 46% das compras no primeiro semestre, acima dos 39% registrados em 2024 e dos 30% em 2023.

 

 

No Brasil, México e Colômbia, o USDC lidera entre as mais adquiridas. Já na Argentina, a preferência é pelo USDT, que respondeu por 78% das compras no semestre. Segundo a Bitso, o USDT é mais usado no país devido à intensa atividade de arbitragem no mercado local.

O relatório também aponta que, na Argentina, a participação de stablecoins no total de compras é o dobro da registrada nos demais países. “As condições de instabilidade econômica e uma preferência cultural pelo dólar ajudam a explicar essas diferenças”, diz o material.

 

E o Bitcoin?

Apesar da expansão das stablecoins, o Bitcoin (BTC) continua como o principal ativo nas carteiras dos investidores. O desempenho da cripto no primeiro semestre impulsionou o movimento. Em julho, o criptoativo renovou sua máxima histórica, superando os US$ 123 mil.

O Brasil foi o país com maior concentração de BTC entre os mercados analisados: 65% dos ativos mantidos por usuários da Bitso no país estão na principal criptomoeda. Na média da América Latina, o BTC representa 54% das reservas, seguido por XRP (12%) e Ethereum (11%).

“A preferência dos brasileiros por manter Bitcoin em carteira mostra uma confiança crescente no ativo como proteção patrimonial e investimento de longo prazo. Isso reflete não só a maturidade do usuário, mas também o papel do BTC como alternativa viável frente à inflação e à volatilidade de ativos locais”, afirma Bárbara Espir, Country Manager da Bitso no Brasil.

Fonte: InfoMoney