A Cogna (COGN3) encerrou o terceiro trimestre deste ano (3T25) com lucro líquido de R$ 191,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 29,1 milhões registrado no mesmo período do ano passado (3T24). A virada marca uma melhora na performance financeira da companhia, resultado dos ganhos de eficiência operacional e do controle de custos, segundo balanço financeiro divulgado pela empresa nesta quinta-feira (6). No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 405,5 milhões, ante perda de R$ 46 milhões em 2024.
O lucro operacional medido pelo Ebitda recorrente, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, somou R$ 422,7 milhões, aumento de 9,8% em comparação com o 3T24. No acumulado de janeiro a setembro, o Ebitda recorrente alcançou R$ 1,53 bilhão, alta de 12,4%. Já a margem Ebitda recorrente, que mede a rentabilidade operacional, ficou em 27,7% no trimestre, queda de 2,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior, e em 31,8% no acumulado, levemente abaixo dos 32% de 2024.
De acordo com o CEO da Cogna, Roberto Valério, o avanço do lucro líquido veio por dois caminhos. De um lado, a melhora operacional, com crescimento de receita e aumento da rentabilidade. De outro, a geração de caixa mais forte, que reduziu a dívida líquida e, consequentemente, as despesas financeiras. “A operação está entregando mais resultado e, como temos menos dívida, pagamos menos juros. Isso faz sobrar mais lucro líquido”, diz o executivo.
A receita líquida cresceu 18,9% e somou R$ 1,52 bilhão no trimestre. No acumulado do ano, a companhia totalizou R$ 4,82 bilhões em receita, avanço de 13% frente ao mesmo período de 2024. A Cogna diz que o resultado foi puxado pela ampliação do portfólio de produtos e pelo crescimento da base de alunos no ensino superior e básico.
A geração de caixa operacional após Capex (investimentos em bens de capital) foi de R$ 392,5 milhões no trimestre e R$ 939,5 milhões no acumulado do ano, crescimento de 32,8% em relação ao mesmo período anterior.
Já a geração de caixa livre, que indica quanto sobra após investimentos e obrigações financeiras, foi positiva em R$ 300,1 milhões no trimestre, superando os R$ 291,2 milhões de 2024. No acumulado do ano, o avanço foi de R$ 583,9 milhões, alta de 197,9%.
A dívida líquida da companhia, que representa o endividamento total menos o caixa disponível, caiu R$ 474 milhões frente ao 3T24, somando R$ 2,6 bilhões. A Cogna afirma que esse resultado é consequência da maior geração de caixa e de ações de liability management (gestão de passivos) realizadas entre 2024 e este ano.
Com isso, a alavancagem, que combina dívida líquida e Ebitda, recuou para 1,11 vez no 3T25, ante 1,58 vez no 3T24, o menor nível dos últimos 28 trimestres, segundo dados da empresa.
Com os números em mãos, Valério observa que o lucro líquido vem avançando de forma contínua, com resultados positivos desde o quarto trimestre do ano passado. “Essa tendência deve continuar, já que a receita e o Ebitda estão subindo e a dívida líquida segue em queda. O resultado final é uma melhora contínua do lucro líquido, e não algo pontual deste trimestre”, afirma.
Desempenho da Kroton, Vasta e Saber
A Kroton, braço de ensino superior da Cogna, encerrou o trimestre com receita líquida de R$ 1,14 bilhão, um aumento de 20,9% em relação ao 3T24. Segundo balanço da empresa, o crescimento foi registrado em todas as modalidades de ensino, tanto no presencial quanto no ensino a distância (EAD), com expansão da base de alunos e maior participação de cursos com alto valor de vida útil do aluno (LTV).
O lucro bruto chegou a R$ 907,3 milhões, avanço de 21,5% na comparação anual. Já o Ebitda recorrente somou R$ 370,5 milhões, alta de 10,1%, com leve queda de margem devido à estratégia de manter o ticket médio e oferecer maior parcelamento das mensalidades por meio do programa Pague Fácil. A base de alunos cresceu pelo 17º trimestre consecutivo, com aumento de 2,7% no total e 4% quando excluídos os alunos do Prouni.
A Vasta, que atua no segmento de educação básica com soluções de aprendizagem e sistemas de ensino, encerrou o trimestre com receita líquida de R$ 249,6 milhões, crescimento de 13,4% sobre o 3T24. A Cogna diz que o avanço veio principalmente do segmento B2G (vendas para governos) e das escolas bilíngues da rede Start-Anglo. O Ebitda recorrente foi de R$ 23,1 milhões, alta de 25,4% em relação ao ano anterior, com ganho de eficiência operacional e melhora nas provisões de crédito (PCLD). A margem bruta da Vasta subiu 3,9 pontos percentuais, com resultado influenciado pelo melhor mix de receitas.
Já a Saber, que reúne as operações de educação básica, idiomas e editoras como Ática, Scipione e Saraiva, apresentou receita líquida de R$ 145,8 milhões, avanço de 9,4% em relação ao 3T24. O resultado foi sustentado pelo aumento de 37,6% na linha de soluções educacionais, que inclui plataformas como Voomp e Acerta Brasil, e pelo crescimento de 17% em idiomas.
A empresa também afirma que teve ganho importante de participação no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), alcançando 30% de participação na compra de livros do ensino médio. O Ebitda recorrente totalizou R$ 27,5 milhões, uma queda de 8,2% no trimestre, devido aos custos com novos produtos e despesas de divulgação ligadas ao PNLD, mas com desempenho positivo no acumulado do ano.


