O Bitcoin caiu abaixo de US$ 104 mil nesta terça-feira (4), no menor patamar desde junho, após uma onda de liquidações forçadas que superou US$ 1,2 bilhão em contratos futuros de criptomoedas, segundo dados da CoinGlass. O movimento acompanha um desempenho fortemente negativo em Wall Street, com os futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq recuando mais de 1%.
A queda ocorre após o Federal Reserve reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, mas adotar um tom cauteloso sobre novos cortes. A fala do presidente do Fed, Jerome Powell, reduziu o apetite por risco e pressionou ativos considerados mais voláteis, como criptomoedas e ações de tecnologia.
Um dos sinais de preocupação com a disparada de CDS da Oracle. Os CDS, sigla para Credit Default Swaps, são derivativos que servem de proteção contra a derrocada do ativo subjacente – no caso, as ações da Oracle. O movimento acendeu o alerta contra a temida possibilidade de que uma bolha de IA esteja próxima de estourar.
A moeda digital acelerou a queda durante a madrugada, rompendo o nível de suporte de US$ 106 mil que havia se mantido nas últimas semanas. O movimento acentuou a pressão sobre o mercado, levando à liquidação automática de posições alavancadas, operações em que investidores usam dinheiro emprestado e são forçados a vender quando as garantias caem abaixo do exigido.
Cerca de 90% das liquidações foram de apostas de alta, indicando que a maior parte dos investidores apostava na valorização das criptos. A maior operação encerrada foi um contrato de Bitcoin no valor de US$ 33,9 milhões na corretora HTX. As bolsas com mais liquidações foram Hyperliquid, Bybit e Binance.
O Ethereum (ETH) recuou cerca de 6%, para US$ 3.630, enquanto a Solana (SOL) teve uma das maiores quedas do dia, de 10%, sendo negociada abaixo de US$ 160, o menor valor desde agosto. O XRP caiu 5%, e outras moedas como BNB, Cardano e Dogecoin também acompanharam o movimento.
No total, o valor de mercado das criptomoedas caiu para cerca de US$ 3,6 trilhões, após uma perda adicional de US$ 100 bilhões em 24 horas.
