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Axia tem combinação de resultado robusto e dividendo de R$ 4,3 bilhões; ações sobem

6 de novembro de 2025 |
11:24
Imagem: Divulgação

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Mais um resultado expressivo e bom pagamento de dividendos: os números da Axia Energia (ELET3;ELET6), antiga Eletrobras, foram considerados positivos pelos analistas de mercado, o que se reflete nas ações da ex-estatal de energia. Às 10h40 (horário de Brasília), os ativos ELET3 subiam 2,30% (R$ 59,10) e ELET6 avançava 2,15% (R$ 62,25).

A companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 2,2 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 68% na comparação anual.

Já o resultado sem ajustes foi um prejuízo líquido de R$ 5,448 bilhões, revertendo o lucro verificado de julho a setembro do ano passado de R$ 7,195 bilhões. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, no qual também foi reportado prejuízo, a linha aumentou em 311,1%. O movimento ocorreu uma vez que contabilizou o resultado trimestral a venda de sua participação na estatal Eletronuclear.

A XP Investimentos aponta que a companhia apresentou resultados sólidos no 3T25, com Ebitda (lucro de juros, impostos, depreciações e amortizações) 13% acima da estimativa da XP e 14% acima do consenso.

O Ebitda ajustado (ex-provisões) foi de R$ 5,7 bilhões, superando em 13% a projeção da XP e em 14% a do mercado.

“O destaque veio do segmento de geração, que entregou uma combinação de volumes maiores que o esperado e maior lucro bruto por MWh (megawatt/hora)”, avaliam os analistas.

Para a XP, Isso se deve aos benefícios de possuir um portfólio hídrico extremamente estratégico, capaz de capturar modulação positiva e exercer dominância no mercado de trading.

A Monte Bravo reforça que a companhia apresentou um resultado um pouco “sujo” por efeitos não caixa por conta de Eletronuclear, que estava bookada no balanço da empresa em um preço bem acima do que foi vendido. “Apesar desse impacto, a venda da participação na empresa é muito positiva em nossa visão e tira uma série de riscos do radar”, ressalta.

As receitas de Geração e Transmissão tiveram uma boa performance no trimestre graças a melhoras nos volumes e nos preços de energia no primeiro e bom desempenho em transmissão, sem impactos regulatórios, avalia. O Ebitda foi destaque, impulsionado pelos bons números da Receita e pela manutenção do PMSO (custos com Pessoal, Material, Serviços e Outros) em níveis saudáveis com redução na comparação anual, bem abaixo da inflação no período.

“Em linhas gerais, gostamos do que vimos com os números de receita e Ebitda vindo acima do que projetávamos, estamos bastante confiantes que os resultados da companhia devem continuar melhorando nos próximos trimestres, com a continuidade da estratégia de recontratação de energia, continuidade do programa de controle de despesas controladas (PMSO) e reinvestimentos em ativos que ela já controla”, avalia a Monte Bravo.

 

 

O Bradesco BBI ressalta que, ajustando para a Eletronuclear, o lucro líquido seria de aproximadamente R$ 1,8 bilhão, contra a sua estimativa de R$ 1,4 bilhão.

A Genial também tem uma leitura positiva desse trimestre apesar da provisão de R$6,8 bilhões relacionada ao acordo da empresa com a Eletronuclear. Como grandes destaques, a casa de research pontua: I) boa performance da linha de custos gerenciáveis da empresa (PMSO), com redução anualmente; II) redução de contingências/passivos gerais (venda da Eletronuclear e redução das contingência relacionadas aos Empréstimos Compulsórios) e III) novo anúncio de distribuição de dividendos (R$ 4,3 bilhões no 3T25) – e considerando a alavancagem de apenas 1,9 vez a relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses, novos anúncios não devem ser descartados nos próximos trimestres.

Para a XP, o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos (yield de 3,2% no trimestre e 6,2% no ano) reforça o momento positivo da companhia. Antes da abertura do mercado, os analistas tinham expectativa de reação positiva do mercado, “embora seja importante aprofundar a análise sobre como capturar a recorrência dessas estratégias de trading no futuro”.

O BBI também vê como principal destaque do 3T25 o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos adicionais, totalizando R$ 8,3 bilhões no ano até o momento (já superando a sua expectativa inicial de R$ 7,0 bilhões para o ano completo de 2025).

 

Recomendações

Sabendo que o 4T25 deverá ser um trimestre mais forte em comparação com o 3T25, é bastante provável que mais dividendos ainda sejam anunciados para o ano fiscal de 2025, avalia o BBI, que tem visão positiva e reiterou a recomendação de compra para as suas ações.

Os analistas da XP também têm recomendação de compra para as ações da Eletrobras e veem negociando a um atrativo TIR (Taxa Interna de Retorno) de 9,7%.

Para eles, a tese da Axia converge cada vez mais para: i) preços de energia de longo prazo e ii) estratégia de alocação de capital.

No primeiro ponto, a XP segue construtiva com preços de longo prazo e vemos potencial de alta frente à nossa premissa de R$ 220/MWh. No segundo, embora recebamos positivamente a metodologia de dividendos recentemente anunciada, que define um caminho claro de distribuição, a ELET tem mais a oferecer no longo prazo se conseguir realocar seu fluxo de caixa recorrente de cerca de US$ 3-5 bilhões em retornos atrativos de forma sistemática, seja em oportunidades no Brasil ou desenvolvendo as qualidades e forças necessárias para internacionalizar a companhia e ampliar o leque de oportunidades de alocação.

A Monte Bravo tem recomendação de compra para as ações ELET3, com preço-alvo de R$ 65. “Continuamos construtivos com a tese de Eletrobras pois enxergamos a companhia negociando com níveis de retornos projetados interessantes graças (i) continuidade dos programas de eficiência (ii) venda de ativos não estratégicos (iii) investimentos que continuam sendo realizados a taxas que julgamos interessantes (iv) uma visão um pouca mais construtiva para o preço de energia no médio prazo (v) aumento da remuneração aos acionistas”, avalia.

A Genial, por sua vez, segue com recomendação neutra para os ativos, ressaltando não sendo mais “a pechincha” de antes.

 

Fonte: InfoMoney