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Após correção, ouro volta a subir com busca por proteção em meio a queda das bolsas

5 de novembro de 2025 |
10:10
Imagem: Bloomberg

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O ouro voltou a subir nesta quarta-feira (5) com a procura por proteção após a queda das bolsas globais, pressionadas por temores sobre avaliações elevadas.

O metal à vista avançou em direção a US$ 4.000 por onça, depois de recuar quase 2% na sessão anterior com o fortalecimento do dólar. Os Treasuries também se valorizaram, enquanto as ações globais ampliaram a maior sequência de perdas em quase um mês.

A queda do ouro na terça-feira ocorreu após três dirigentes do Federal Reserve evitarem apoiar explicitamente um novo corte de juros em dezembro, ponderando os riscos entre inflação persistente e mercado de trabalho mais fraco. Investidores terão mais declarações nesta semana, incluindo a do presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem. Custos de empréstimo mais baixos tendem a aumentar a atratividade do ouro em relação a ativos que pagam juros, como os títulos públicos.

O metal acumula alta de cerca de 50% no ano, após ter atingido um recorde histórico no mês passado antes de devolver parte dos ganhos. O recuo — após sinais de que a valorização havia sido rápida demais — foi acompanhado por saídas de fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro. Agora, operadores tentam avaliar se a correção chegou ao fim.

 

 

“Não deve ser uma grande surpresa ver o metal consolidar-se em uma faixa mais baixa, entre US$ 3.800 e US$ 4.050 por onça”, disse Bart Melek, estrategista do TD Securities, em relatório. Ele citou a incerteza sobre cortes de juros pelo Fed e preocupações com a demanda do varejo na China.

Ainda assim, os fatores que sustentaram a alta do ouro neste ano permanecem em grande parte intactos, afirmou Melek. Compras elevadas por bancos centrais e forte demanda de investidores privados devem impulsionar os preços novamente após a fase de consolidação.

“O clima neste momento mudou de euforia para reflexão, com os traders reavaliando quanto da narrativa de 2025 — cortes de juros, estresse fiscal, proteção geopolítica e demanda de bancos centrais — já está precificado”, escreveu Ole Hansen, estrategista de commodities do Saxo Bank, em nota.

Às 10h28 em Londres, o ouro subia 0,8%, a US$ 3.965,04 por onça. O Bloomberg Dollar Spot Index operava estável, após encerrar na máxima desde meados de maio. A prata avançava 1,2%, o platina permanecia praticamente estável e o paládio tinha leve alta.

 

© 2025 Bloomberg L.P.

Fonte: Bloomberg