As ADRs (American Depositary Receipts) da Azul (AZUL4) desabavam nas negociações de pré-mercado nos Estados Unidos na manhã nesta quarta-feira (28), após a companhia aérea protocolar pedido de recuperação judicial na Justiça americana, por meio do dispositivo conhecido como Chapter 11. Por volta das 7h50 de Brasília, o recibo operava com queda de 40% frente ao fechamento da véspera, a US$ 0,299.
O pedido de recuperação ocorre após a dívida da companhia alcançar R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 50,3% em relação ao mesmo período de 2024.
A Azul vinha enfrentando dificuldades para levantar recursos no mercado sem a proteção da Corte americana, tendo conseguido captar cerca de US$ 1,6 bilhão em negociações com credores e investidores.
“Tomamos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária com um movimento proativo para otimizar a nossa estrutura de capital – que foi sobrecarregada pela pandemia da Covid-19, turbulências macroeconômicas e por
problemas na cadeia de suprimentos da Aviação”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.
Além do noticiário recorrentemente difícil sobre o setor nos últimos meses, atrasos no aguardado financiamento governamental e dificuldades para captar recursos no mercado sem a proteção da Justiça americana vinham pressionando a companhia. Para se ter uma ideia, as ações da Azul acumulam queda de quase 70% em 2025 e de 89,4% nos últimos 12 meses.
Na última segunda-feira (26), o Bradesco BBI rebaixou a recomendação das ações da Azul de “outperform” para “marketperform”, citando o risco crescente de uma nova reestruturação financeira. O banco alertou para a fraca adesão à recente oferta de conversão de dívida e destacou a queima de caixa de R$ 313 milhões nas operações do primeiro trimestre, além da dependência de até R$ 2 bilhões em garantias governamentais ainda não liberadas.
Antes disso, a S&P rebaixou o rating de crédito da companhia de “CCC+” para “CCC-”, citando o aumento do risco de inadimplência. Embora os vencimentos da dívida da Azul não sejam particularmente elevados — totalizando cerca de R$ 730 milhões nos próximos 12 meses —, as obrigações da companhia relacionadas a pagamentos de arrendamento operacional, despesas com juros, capital de giro e investimentos em capital (capex) são consideráveis.
 
								 
															 
								 
								 
								 
								


