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Eai Invest recebe Renan Silva, CGA | Macro, Dólar, SELIC e mundo das Assets

12 de janeiro de 2025 |
18:34
Imagem: Eai Invest

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A conversa entre Guilherme Cunha e Renan Silva, gestor de fundos de investimento, oferece uma análise do mercado financeiro, focando principalmente nos desafios de 2024 e as perspectivas para 2025 no Brasil, com conexões importantes para o cenário global.

Pontos chave da análise de Renan Silva:

  • A visão do gestor: Renan descreve o papel do gestor como multifacetado, envolvendo a análise de diversos fatores que impactam os investimentos. Ele resume esses fatores na análise PESTEL (Político, Econômico, Social, Tecnológico, Ambiental e Legal), demonstrando a complexidade da tomada de decisão que considera desde o desemprego e endividamento das famílias até as tendências tecnológicas, preocupações ambientais e o risco legal. A análise comparativa com outros países e a geopolítica também são cruciais.
  • Decepções de 2024: Renan aponta que o ano de 2024 trouxe novas frustrações para o mercado de renda variável, contrariando as expectativas iniciais de uma taxa Selic terminal entre 9% e 9,5%. A realidade se mostrou diferente, com projeções para 2025 indicando uma taxa acima de 15%, o que torna a renda fixa mais atrativa devido ao alto prêmio, tanto no Brasil (que possui a maior taxa real de juros do mundo) quanto nos Estados Unidos. Essa situação inibiu os fluxos para a renda variável, resultando em saques e uma reacomodação dos investimentos.
  • Fatores que influenciaram o mercado: Além da alta da Selic, Renan destaca a demora no início do corte de juros nos EUA, o que também afetou negativamente o fluxo de capital para mercados emergentes, incluindo o Brasil. A frustração com o pacote fiscal também é mencionada, levando à pressão sobre o risco fiscal e soberano e, consequentemente, à valorização do dólar, que atingiu patamares recordes acima de R$5 e até ultrapassou R$6. Renan ressalta a alta dependência da economia brasileira do dólar, o que torna essa valorização um fator de grande incerteza para 2025.
  • Cenário para 2025 e o câmbio: Renan acredita que a taxa de câmbio deve permanecer em níveis elevados (entre R$5,70 e R$6,20) caso não haja mudanças significativas na política fiscal. Ele argumenta que a política monetária, por si só, não é suficiente para resolver o problema e que um ajuste fiscal é necessário. A dinâmica da dívida pública, que se aproxima de 80-85% do PIB com juros acima de dois dígitos, também é um ponto de preocupação. Segundo Renan, investidores estrangeiros estão atentos a esses fatores e projetam dificuldades futuras. Ele sugere que apenas medidas estruturantes poderiam reverter esse cenário, o que ele considera improvável, principalmente com a aproximação das eleições presidenciais de 2026, que costumam gerar aumento nos gastos governamentais. Ele considera o patamar de R$6 como um suporte provável para o dólar, com riscos de alta caso a situação fiscal se deteriore ainda mais.
  • O futuro da indústria de fundos: Renan demonstra otimismo em relação à evolução da indústria de fundos, impulsionada por avanços regulatórios e tecnológicos. Ele cita o novo sistema de pagamentos brasileiro como um fator importante para o desenvolvimento das assets independentes. A globalização também é vista como um motor de crescimento, com maior acesso a ativos internacionais e a possibilidade de diversificação do risco soberano. Ele argumenta que diversificar apenas dentro do Brasil não é suficiente, dada a dependência do país da taxa cambial.

Considerações sobre a análise e a conversa entre Guilherme Cunha e Renan Silva:

A conversa entre Guilherme e Renan oferece uma perspectiva valiosa sobre o cenário econômico e o mercado de investimentos. A análise de Renan é profunda e abrangente, considerando diversos fatores macroeconômicos e geopolíticos. A experiência de Renan como gestor desde 1994 confere peso às suas palavras. A ênfase na necessidade de um ajuste fiscal e na interação entre política monetária e fiscal é crucial para entender o cenário brasileiro. A preocupação com a dívida pública e a valorização do dólar também são pontos importantes. A visão sobre a globalização da indústria de fundos e a necessidade de diversificação internacional complementam a análise. A conversa, conduzida por Guilherme Cunha, proporciona um entendimento mais claro dos desafios e oportunidades para os investidores em 2025.
Fonte: Eai Invest