Guilherme Cunha e Max Bohm protagonizam uma conversa densa e recheada de informações sobre o mercado financeiro, com análises que vão desde o impacto da curva de juros até recomendações específicas de ações. O tom é de cautela, mas com um olhar atento às oportunidades que podem surgir em um cenário de recuperação.
Cautela e Oportunidades em Meio à Turbulência:
Max Bohm, que se apresenta como analista CNPI com vasta experiência, incluindo gestão de ações e consultoria CVM, inicia a conversa contextualizando o cenário atual. Ele destaca a queda do Ibovespa, a abertura dos juros e a valorização do dólar frente ao real, pintando um quadro de certa forma pessimista para o início de 2025. A postura de Max é cautelosa, recomendando a busca por ativos que possam se beneficiar de juros mais elevados e de um dólar fortalecido, como os setores de seguros, elétricas e saneamento.
A Importância da Diversificação e do Caixa:
Apesar do cenário desafiador, Max ressalta a importância de se manter posicionado em bolsa, mesmo que com uma postura mais defensiva. Ele sugere uma composição de carteira com 70% em ativos defensivos e dólar, e 30% em teses de crescimento que podem se beneficiar de uma eventual queda dos juros. Entre essas teses, ele destaca empresas como Cirela, BTG Pactual e Iguatemi, que, apesar do cenário macro adverso, vêm apresentando bons resultados. A recomendação é clara: ir comprando para baixo, aproveitando as oportunidades e mantendo caixa para se proteger e aproveitar as quedas.
O Desconto do Ibovespa e a Necessidade de Estar Posicionado:
Max enfatiza que o Ibovespa está negociando a múltiplos muito atrativos, algo que ele raramente viu em seus 20 anos de mercado. Isso, segundo ele, justifica a permanência no mercado de ações, mesmo que com cautela. Ele argumenta que sair da bolsa agora seria um erro, pois a recuperação pode ser rápida e significativa quando o cenário melhorar.
Análise Setorial: Cirela, BTG, Iguatemi e o Caso Pets:
Guilherme e Max discutem setores e empresas específicas. Cirela surge como uma “queridinha” de Max para 2025, dentro do segmento de construção civil. BTG Pactual e Iguatemi também são citadas como cases interessantes. O setor de Pets, especificamente a empresa Petz, é analisado com mais cautela. Max aconselha a esperar os resultados da fusão com a Cobasi e destaca a alta competição nesse mercado, com players como Mercado Livre e Amazon. Ele prefere se concentrar em empresas que já estão mostrando bons resultados, mesmo em um cenário difícil.
Estratégias da Nomos e Recomendações de Carteira:
Max detalha as estratégias de investimento da Nomos, onde atua como estrategista de ações. Ele menciona três carteiras recomendadas: “Max Ações” (diversificada e com foco no longo prazo), “Dividendos” (focada em renda mensal) e “Small Caps” (empresas com até 5 bilhões de valor de mercado, com perfil mais agressivo). Todas as carteiras são automatizadas, facilitando a adesão pelos investidores.
Intelbras e Minerva: Análises Individuais:
Guilherme traz à tona duas empresas: Intelbras e Minerva. Max analisa cada uma delas. Sobre a Intelbras, ele destaca a forte marca e a liderança nos segmentos de segurança, comunicação e energia solar. No entanto, ressalta que a empresa depende de componentes dolarizados, o que pode impactar suas margens com a alta do dólar. Apesar disso, a Nomos mantém uma visão construtiva para a tese no longo prazo. Já sobre a Minerva, Max se mostra mais reticente, mencionando a alavancagem da empresa e a demora na aprovação da aquisição de frigoríficos da Marfrig. Ele prefere não ter exposição ao ativo no momento.
Mensagem Final: Estar Posicionado, mas com Cautela:
Max finaliza a conversa reiterando a importância de estar posicionado em bolsa, mesmo em um cenário desafiador. Ele acredita que uma melhora no cenário macro pode levar a uma recuperação rápida do mercado. A chave, segundo ele, é manter uma carteira equilibrada e diversificada, aproveitando as oportunidades que surgirem, mas sempre com cautela e proteção.
Em resumo, a conversa entre Guilherme e Max oferece uma visão realista e fundamentada do mercado financeiro atual. Max, com sua experiência e conhecimento, transmite a mensagem de que, apesar das incertezas, é importante manter a calma, diversificar os investimentos e estar preparado para aproveitar as oportunidades que surgirão quando o cenário melhorar. A ênfase na cautela e na proteção, sem abrir mão de boas teses de crescimento, define o tom da conversa e serve como um guia valioso para os investidores que navegam nesse mar turbulento.
