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Eai Invest recebe Moisés Beida, fluxo | estrangeiro tira o dinheiro da bolsa brasileira em 2024

9 de janeiro de 2025 |
19:48
Imagem: Eai Invest

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Guilherme Cunha e Moisés Beida protagonizam um bate-papo animado e repleto de análises sobre o mercado financeiro, com insights que vão desde a movimentação dos investidores estrangeiros até as perspectivas para o dólar e o índice futuro.

O “Gringo” Está Vendendo:

Beida inicia a conversa com um tom bem-humorado, mas logo emenda com uma observação preocupante: os investidores estrangeiros, os “gringos”, estão vendendo posições na bolsa brasileira. Ele menciona volumes expressivos de venda nos primeiros dias do ano e destaca que a Goldman Sachs estava “apertando o botão de saída”. Essa movimentação, segundo ele, gerou uma trégua no mercado, tanto no índice futuro quanto no dólar.

Reservas Cambiais e a Atuação do Banco Central:

Beida contextualiza a saída dos investidores estrangeiros com a diminuição das reservas cambiais brasileiras, que caíram de 370 para 327 bilhões de dólares. Ele alerta que, se a fuga de capitais continuar no ritmo de dezembro, as reservas, já descontados os 103 bilhões de dólares em swaps cambiais vendidos pelo Banco Central, podem se esgotar rapidamente.

Juros nos EUA e o Impacto nos Emergentes:

A conversa se aprofunda na análise da curva de juros americana. Beida menciona a divulgação de dados de emprego e serviços nos EUA, que vieram acima do esperado e geraram uma correção no mercado, elevando a taxa dos títulos de 10 anos do Tesouro americano. Ele alerta para a divulgação do payroll na sexta-feira, um dado crucial que pode impactar ainda mais o mercado, e expressa preocupação com a possibilidade de aumento dos juros nos EUA, o que seria prejudicial para os países emergentes.

Expectativas para o Mercado Americano e a Postura do Possível Futuro Presidente:

Beida sugere que o mercado está em compasso de espera, aguardando definições políticas nos EUA, especialmente os posicionamentos do provável candidato republicano à presidência em relação a tarifas para China, México e outros países. Ele acredita que isso pode impactar o comércio mundial e direcionar ainda mais capital para os Estados Unidos.

Brasil: Otimismo com Commodities Agrícolas e Cautela com as Metálicas:

Apesar do cenário externo desafiador, Beida se mostra otimista com alguns papéis brasileiros, principalmente os ligados a commodities agrícolas, como SLC e Suzano. Ele também acompanha a situação da China, mas acredita que o mercado chinês só reagirá após definições mais claras sobre as tarifas. Beida se mostra cauteloso em relação às commodities metálicas, como minério e cobre, que dependem da infraestrutura chinesa.

Juros no Brasil e a Perspectiva de Alta:

Beida comenta que a taxa de juros no Brasil já atingiu um patamar alto, entre 15,5% e 16,5%, e que várias casas já revisaram suas projeções para cima. Ele alerta que uma inflação acima do esperado ou uma elevação ainda maior dos juros nos EUA podem pressionar ainda mais o dólar.

O “Gringo” Parou de Comprar Dólar Futuro:

Beida ressalta que o investidor estrangeiro parou de comprar dólar futuro na B3 e que o mercado está muito alinhado com o cenário internacional, tanto em relação ao DXY (índice do dólar) quanto ao peso mexicano. Ele se mantém cauteloso com o Brasil, principalmente considerando o início da temporada de balanços nos EUA.

Expectativas para o Dólar e o Índice Futuro:

Guilherme compartilha a informação de que a XP Investimentos projeta o dólar a R$ 6,00, considerando esse valor como um suporte. Beida concorda com a tendência de alta do dólar, argumentando que o dinheiro está migrando para os EUA devido à estagnação da China e à situação desfavorável da Europa.
Eles discutem também o índice futuro, com Beida mencionando pontos importantes no gráfico semanal, como 118.685 (mínima do ano passado) e a média móvel de 200 semanas em 117.200. Ele sugere que um rompimento para baixo desses níveis poderia levar o índice a buscar a faixa de 110.000 a 108.000 pontos.

Política Econômica e o Governo Atual:

Beida critica a condução da política econômica pelo governo atual, mencionando a decepção com o plano fiscal e a alta da curva de juros. Ele sugere que o governo está pagando o preço por suas escolhas e que o presidente, focado em ganhar a eleição, provavelmente não fará mudanças significativas na equipe econômica ou na direção das políticas.

Gestão de Risco em Operações com Dólar:

Um participante questiona Beida sobre práticas de gestão de risco ao operar contratos futuros de dólar. Beida recomenda observar moedas correlacionadas ao Brasil, como o peso mexicano, além de ficar atento aos juros americanos e ao DXY. Ele também enfatiza a importância de acompanhar as commodities, especialmente as metálicas, e sugere operações de compra de real contra moedas de outros países emergentes, como uma forma de diversificar o risco. Além disso, destaca a importância de analisar o fluxo de investimentos e o gráfico técnico, identificando pontos de suporte e resistência. Ele ainda aconselha a acompanhar as redes sociais do provável candidato republicano à presidência dos EUA, que costuma postar bastante no Twitter e pode gerar volatilidade no mercado com seus comentários.

Considerações Finais:

A conversa entre Beida e Guilherme oferece uma visão abrangente e detalhada do mercado financeiro, com análises aprofundadas sobre o cenário econômico global e brasileiro. Beida se mostra um analista experiente e com opiniões bem fundamentadas, expressando cautela em relação ao Brasil e otimismo com commodities agrícolas. A discussão sobre gestão de risco em operações com dólar é valiosa para quem atua nesse mercado. A interação mostra, por fim, uma naturalidade típica de conversas entre aqueles que dominam o assunto, mesclando análises sérias com comentários informais e opiniões pessoais.

 

Fonte: Eai Invest