SÃO PAULO (Reuters) – A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, registrou um prejuízo líquido de R$ 14,5 milhões no terceiro trimestre de 2025.
Pavinato lembrou que geralmente, no terceiro trimestre, a companhia agrícola não tem o que ele chamou de “reconhecimento de resultado”, e por isso não dá lucro.
Para uma empresa que trabalha com agricultura, cujos resultados levam em conta questões sazonais de safra, ele ponderou que é preciso observar o ano.
No acumulado de 2025 até setembro, o lucro líquido foi de R$ 636 milhões, alta de 19,3% na comparação anual.
Em relação ao planejamento do ciclo 2025/26, o executivo destacou que a companhia conseguiu realizar o plantio de soja em Mato Grosso de forma a permitir uma segunda safra de algodão. A empresa projeta elevar a área irrigada em 232% nos próximos anos em relação aos patamares atuais.
SLC faz acordo com fundos do BTG
A SLC também anunciou acordos de associação com fundos do BTG Pactual que envolvem transportes de cerca de R$ 1 bilhão, dando benefícios para a companhia que realiza investimentos, especialmente em investimentos.
Já a companhia agrícola subscreverá capital nas sociedades criadas com os fundos com a contribuição de ativos, incluindo a Fazenda Piratini (na Bahia), sua infraestrutura e equipamentos de segurança.
Para ampliar os investimentos necessários para aumentar as produtividades, a SLC buscou este acordo em vez de emitir dívidas. Desta forma, evita um aumento de sua alavancagem no momento em que as taxas de juros estão em níveis elevados, disse o CEO da companhia, Aurélio Pavinato, em entrevista a jornalistas após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre.
Ele lembrou que a companhia fez diversas aquisições, porém, novas dívidas poderiam trazer prejuízos financeiros para a companhia.
“Dívida até um nível é bom… se tem dívida excessiva alavanca demais a empresa…, pode te estrangular, como acontece com muitas empresas, muitos grupos se estrangulam, estrangulam o fluxo de caixa por uma dívida excessiva”, afirmou Pavinato.
Ele disse que a operação segue a ideia de manter a alavancagem em um patamar considerado adequado, de 2 vezes a dívida líquida/Ebitda Ajustado, versus 2,34 vezes registrados ao final de setembro.
A dívida líquida ajustada da companhia encerrou o terceiro trimestre de 2025 em R$ 6,2 bilhões, gerando aumento de R$ 2,5 bilhões em relação a 2024.
A transação também confirmou que as terras da SLC têm valor, destacado o executivo.
O acordo prevê formação de sociedades de propósito específico com 50,01% de participação da SLC e 49,99% dos fundos do BTG.
Com os recursos aportados, as sociedades poderão adquirir 21.471 hectares agricultáveis da Fazenda Paladino, atualmente detidos pela SLC Agrícola, e executar os projetos de segurança nos próximos anos, indicados a companhia em fato relevante, citando que o preço total de R$ 723 milhões será quitado em duas parcelas.
Além disso, será realizada a aquisição da infraestrutura existente das Fazendas Piratini e Paladino (incluindo a parte já instalada), por valores de R$ 86 milhões e R$ 27 milhões, respectivamente.
As sociedades serão proprietárias de imóveis e, no fechamento da transação, celebrarão contratos de parceria rural com a SLC para cessão em parceria de imóveis destinados ao cultivo de grãos e fibras, com compartilhamento dos frutos obtidos. O pagamento das sociedades corresponderá a aproximadamente 19% da produção agrícola nas áreas objeto da parceria.


