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Taxas dos DIs sobem após Copom reiterar Selic alta por período prolongado

6 de novembro de 2025 |
17:16
Imagem: Reprodução

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As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira com leves altas ante os ajustes da véspera, após o Copom anunciar a manutenção da Selic em 15% ao ano, como esperado, e reiterar a intenção de seguir com a taxa básica em patamar elevado por “período bastante prolongado”.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 13,88%, em alta de 4 pontos-base ante o ajuste de 13,842% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,62%, com elevação de 3 pontos-base ante o ajuste de 13,594%.

Na noite de quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, em decisão unânime de seus dirigentes, e reiterou a necessidade de juros em patamar “significativamente contracionista” por um “período bastante prolongado”, para que a inflação possa convergir à meta de 3%.

De modo geral, o comunicado do Copom, na visão dos analistas, manteve o tom hawkish (duro com a inflação) dos documentos anteriores do colegiado, o que praticamente elimina as chances de um corte da Selic já em dezembro.

Perto do fechamento da sessão regular desta quinta-feira a curva brasileira precificava 96% de probabilidade de manutenção da Selic em 15% em dezembro.

O comunicado também manteve as dúvidas, entre os agentes, sobre quando o Copom iniciará o processo de cortes da Selic — em janeiro ou em março de 2026.

O consultor Sérgio Goldenstein, da Eytse Estratégia, manteve sua projeção para janeiro, mas reconheceu uma “probabilidade relevante” de que isso ocorra só em março, conforme comentário enviado a clientes.

O Goldman Sachs também projeta corte da Selic em janeiro. “A gente acha que eles (membros do Copom) começam a cortar em janeiro, mas não me surpreenderia se postergassem para março ou até para o segundo trimestre de 2026”, afirmou à Reuters Alberto Ramos, diretor de Pesquisa Macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, pontuando que a atividade econômica segue forte no Brasil, apesar da desaceleração, e que há medidas econômicas no horizonte de governo que podem impactar a política monetária.

 

 

Neste cenário, as taxas dos DIs de curto prazo exibiram ganhos desde o início da sessão desta quinta-feira, com o mercado se ajustando ante a perspectiva de Selic estável até janeiro ou mesmo até depois disso.

Às 9h03 — logo após a abertura — a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu o maior patamar da sessão, de 13,905% (+6 pontos-base), e a taxa do DI para janeiro de 2028 marcou a máxima de 13,185% (+6 pontos-base). Os vencimentos de 2027 e 2028 foram os mais negociados na sessão regular.

Na ponta longa da curva, as taxas sustentaram leves baixas durante boa parte da sessão, em paralelo ao recuo firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior. Mas à tarde as taxas longas se recuperaram e passaram a registrar leves ganhos.

Operador de um banco de investimentos ouvido pela Reuters afirmou que o avanço na ponta longa ocorreu em meio à realização de lucros de parte dos investidores, após os recuos mais recentes.

Sem impactos maiores sobre a curva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou em entrevista ao portal UOL que o desempenho fiscal do país irá “explodir” em 2027, reforçando que o Orçamento do ano que vem vai prever um superávit nas contas públicas.

“O fiscal não vai explodir em 2027, como não explodiu, por exemplo, quando fizemos a PEC da Transição”, disse Haddad, em referência à Proposta de Emenda à Constituição aprovada no fim de 2022, durante transição para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No exterior, em meio a preocupações com o enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano, os rendimentos dos Treasuries seguiam em baixa no fim da tarde. Às 16h36 o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 6 pontos-base, a 4,093%.

Fonte: Reuters