O Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) depois do fechamento do mercado nesta terça-feira (4), com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,9 bilhões, um crescimento de 11,3% ante o mesmo período de 2024.
O resultado foi em linha com a projeção. A expectativa, segundo mediana de compilação feita por analistas consultados pela Reuters, era de um lucro de R$ 11,87 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) consolidado ficou em 23,3%, de 22,7% um ano antes, conforme os números publicados nesta terça-feira pelo banco. Apenas no Brasil, o ROE passou de 23,8% para 24,2% ano a ano.
Na base trimestral, porém, tal indicador ficou estável no desempenho consolidado e caiu 0,2 ponto percentual no Brasil.
Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), que já reportaram seus resultados, registraram ROEs de 14,7% e 17,5%, respectivamente, no período.
A margem financeira do Itaú alcançou R$ 31,4 bilhões no período de julho a setembro, alta de 10,1% na comparação com o mesmo período de 2024, com expansão de 11% na margem com clientes, a R$ 30,5 bilhões, mas queda de 14,6% com o mercado.
Na comparação trimestral, contudo, a margem com clientes ficou quase estável (+0,5%), enquanto a margem com o mercado aumentou 5,2%.
O Itaú afirmou que, no caso das margens com clientes, os efeitos positivos da maior quantidade de dias, do maior volume médio de ativos, além da maior margem de capital de giro próprio, foram compensados principalmente por menores margens em razão dos spreads e das operações estruturadas do atacado.
O banco revisou para cima sua previsão de margem com o mercado em 2025 para a faixa de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões, de um intervalo de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões anteriormente. Em nove meses, essa linha está em quase R$ 2,7 bilhões.
“Essa revisão reflete, principalmente, a dinâmica mais positiva do resultado acumulado da mesa trading em comparação à expectativa original”, afirmou em comunicado o banco, que manteve suas demais previsões para o ano.
Carteira de crédito
O banco aponta que a carteira de crédito total com garantias financeiras prestadas e títulos privados cresceu 6,4% em relação ao 3T24, para R$ 1,402 trilhão. No segmento de pessoas físicas, o crescimento foi de 6,5%, com destaque para: crédito imobiliário (+15,2%); cartão de crédito (+6,7%) e crédito pessoal (+3,8%).
O portfólio para micro, pequenas e médias empresas mostrou aumento de 7,5% na base anual e de 1,1% na comparação com o segundo trimestre, enquanto o de grandes companhias registrou crescimentos de 9,4% e 1,5%.
O índice de inadimplência acima de 90 dias consolidado ficou em 1,9%, estável em relação ao segundo trimestre. No índice antecedente, entre 15 e 90 dias, houve aumento de 0,3 ponto, a 2%, com elevação de 0,9 ponto em grandes empresas no Brasil.
“Os aumentos, tanto no consolidado quanto em grandes empresas, estão relacionados a um cliente específico do segmento, que estava adequadamente provisionado e já classificado em estágio 3”, afirmou.
O banco não citou nominalmente qual a empresa, mas a Ambipar (AMBP3) obteve no final de setembro proteção contra credores, entrando em recuperação judicial em outubro.
O Itaú disse que, excluindo esse efeito específico, os indicadores na medida de 15 a 90 dias teriam permanecido nos mesmos patamares do trimestre anterior, ou seja, 1,7% no consolidado e 0,1% no segmento de grandes empresas no Brasil.
O custo do crédito fechou o terceiro trimestre em R$ 9,1 bilhões, acréscimo de 0,6% em relação ao trimestre anterior e de 10,9% ano a ano. A despesa de perda esperada aumentou 9,5% na base anual e 1,2% no trimestre, a R$ 9,78 bilhões.
No final do terceiro trimestre, o Itaú tinha um índice de capital nível I de 14,8% e um índice de capital principal de 13,5%, com quase R$ 3 trilhões em ativos totais.
O período também registrou nova redução no número de agências e pontos de atendimento, para 2.617 unidades, de 2.738 no segundo trimestre e 2.959 um ano antes. Os trabalhadores também diminuíram, para 93.554 pessoas, de 96.779 no final de setembro de 2024.
Receitas e despesas
As receitas com serviços e seguros aumentaram 7,1% em relação ao 3T24, impulsionadas por maiores ganhos com emissão de cartões, além do aumento nas receitas de pagamentos e recebimentos. No resultado de seguros, o avanço foi de 17,8%, e está relacionado com os maiores prêmios ganhos, aponta o banco.
As despesas não decorrentes de juros totalizaram R$ 17,2 bilhões, com alta de 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. “O aumento reflete os investimentos contínuos em tecnologia (pessoal e infraestrutura), além do efeito de negociação do acordo coletivo de trabalho em salários e benefícios a partir de setembro de 2025”, avalia.
O índice de eficiência trimestral atingiu 37,7% no Brasil, “o melhor patamar da série histórica para um terceiro trimestre, evidenciando os ganhos de escala e produtividade”, segundo o Itaú.
(com Reuters)


