As ações da MBRF (MBRF3) disparam na sessão desta segunda-feira (27), após anúncio de ampliação de parceria com Halal Products Development Company (HPDC), para expansão de joint venture, que dará origem à Sadia Halal. Os papéis da MBRF sobem 7,32%, a R$ 16,13, às 12h55 (horário de Brasília); na máxima do dia, a alta foi de 9,78% (R$ 16,50).
Para analistas, o movimento representa impacto estratégico positivo e “desbloqueio de valor” para a companhia. Para o Goldman Sachs, a plataforma fornecerá suporte durante ciclos voláteis de frango. A análise considera que a região oferece rápido crescimento, com alto poder de compra.
Com o anúncio, o Goldman reiterou a recomendação de compra para o papel e considerou avaliação implícita de 9 vezes o valor da companhia sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês). O múltiplo atual para MBRF fica em torno de 6 vezes a relação entre os indicadores.
O Bank of America (BofA) também avalia a operação como agregador de valor ao múltiplo de 9x. Atualmente, o banco estrangeiro avalia o nome em 5,3 vezes para fim de 2026.
“A MBRF está expandindo sua presença na região MENA (Oriente Médio e Norte da África) devido ao forte potencial de crescimento da região. Em 2024, a região MENA importou quase tanto frango quanto a Ásia (excluindo o Oriente Médio), com 127 mil toneladas por mês. A MBRF detém 50% de participação de mercado na região e espera que sua expansão fortaleça a presença local”, afirma o BofA.
Como riscos para o nome, o Goldman cita o alto endividamento ainda presente e inflexão negativa abrupta no ciclo de lucros. Há, ainda, preocupações com questões geopolíticas que poderiam impactar os negócios da companhia, como potenciais embargos, proibições e interrupções sanitárias, litígios entre regiões produtoras-chaves, como Brasil e EUA.
Para o BofA, a operação não muda os fundamentos para o nome e, portanto, a recomendação continua neutra. O banco sustenta que o momento dos lucros no curto prazo continua desafiador, pelo aperto nas margens da carne bovina, margens máximas da BRF e o alto endividamento. Além disso, o nome negocia em linha com a JBS (BDR: JBSS32), o que faz com que o banco veja um desconto junto em 15%.


