Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) julga Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, a mobilização da oposição em defesa de um projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023 gerou reação no Congresso.
Parlamentares governistas afirmam que a articulação é uma afronta às instituições e um movimento paralelo para aliviar a situação do ex-presidente em meio ao processo.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou como “inadmissível” a hipótese de o tema avançar em plena semana de julgamento. “Seria uma espécie de golpe parlamentar. Eu me recuso a acreditar que isso seja pautado. Partido e deputado que se associaram a esse projeto de anistia para livrar a cara do Bolsonaro estão patrocinando um golpe parlamentar contra a democracia e as instituições”, disse.
Na mesma linha, Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que a votação neste momento seria uma forma de tensionar ainda mais a crise. “Votar anistia na Câmara dos Deputados é uma provocação que vai elevar a temperatura, vai agravar a crise e, o que é mais grave, vai sinalizar que o Congresso Nacional Brasileiro é cúmplice de um crime”, declarou.
Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também criticou a proposta, reforçando que o movimento da oposição busca pressionar o Supremo em meio ao julgamento histórico.
O julgamento do “núcleo crucial” da suposta trama golpista foi retomado nesta quarta-feira (3) pela Primeira Turma do STF. Bolsonaro e os demais acusados respondem por crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previstos na lei sancionada pelo próprio ex-presidente em 2021.


