Em uma sessão de fortes ganhos para o Ibovespa em geral, os ativos das distribuidoras de combustíveis registram forte disparada. Às 10h55 (horário de Brasília) desta quitna-feira (28), os papéis da Raízen (RAIZ4, R$ 1,14, +7,55%), Ultrapar (UGPA3, R$ 19,74, +6,99%) e Vibra (VBBR3, R$ 24,25, + 24,25) tinham ganhos expressivos.
O movimento ocorre após a Polícia Federal e a Receita Federal do Brasil lançarem a operação Carbono Oculto, com o objetivo de desmantelar operações ilegais associadas principalmente a irregularidades no setor de distribuição de combustíveis (por exemplo, sonegação fiscal, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro).
A operação conta com o apoio de 1,4 mil agentes, com mandados de busca e apreensão em distribuidoras de combustíveis e intermediários financeiros. Segundo o noticiário, esta é a maior operação contra uma rede criminosa da história do Brasil.
O Goldman Sachs aponta que a operação é positiva para as maiores distribuidoras. Isso porque, apontam os analistas, um dos principais obstáculos à lucratividade e à participação de mercado das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil (Ultrapar, por meio da Ipiranga, Vibra e Raízen, por meio da Shell) é a informalidade no setor – que pode incluir o descumprimento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil e a sonegação fiscal – ambos permitindo que empresas irregulares ofereçam preços mais baixos ao consumidor final.
“Embora tenhamos visibilidade limitada sobre os efeitos práticos que a operação de hoje poderia ter no mercado, acreditamos que potenciais ventos favoráveis poderiam ser i) uma recuperação da participação de mercado para os maiores players e ii) expansão da margem”, avalia o Goldman.
Os analistas do banco lembram que esses três maiores players perderam participação de mercado significativa nos últimos dois anos para distribuidores sem marca/menores, o que acreditam poder estar, pelo menos em parte, associado ao avanço das irregularidades no setor.


