A ordem de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve ampla cobertura na imprensa internacional. Os veículos enfatizaram o impacto da decisão nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e destacaram o envolvimento do presidente americano Donald Trump no caso.
O Wall Street Journal classificou Bolsonaro como um “incendiário de direita” e destacou que ele “tem contado com a ajuda de Trump” enquanto responde a acusações de tentar um golpe militar em 2022. Segundo o jornal, apesar da pressão de Washington, “os juízes do país apertaram o cerco”, impondo novas restrições como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso à Embaixada dos EUA.
O Washington Post afirmou que a decisão “marcou uma dramática escalada no extraordinário jogo de provocações e retaliações” entre Moraes, a administração Trump e a direita brasileira. O veículo destacou que a ordem “foi o sinal mais claro de que Moraes não pretende recuar”, mesmo após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros por Trump, que chamou o processo de “caça às bruxas”.
O New York Times descreveu o episódio como uma ameaça de “escalar a maior crise diplomática em décadas entre os Estados Unidos e o Brasil”. O jornal ressaltou que Moraes apontou “violações deliberadas” das restrições, com Bolsonaro usando perfis de aliados e filhos para se comunicar com apoiadores.
A Reuters informou que a medida foi tomada “apesar da escalada de tarifas e sanções” impostas pelos EUA e mencionou a avaliação de aliados de que “as táticas de Trump possam estar saindo pela culatra” no Brasil. Já a BBC reproduziu a avaliação de Moraes sobre o “desprezo flagrante” às ordens judiciais.
O The Guardian citou a decisão de Moraes, que justificou a prisão de Bolsonaro por ter transmitido mensagens “com claro encorajamento e incitação a ataques” ao STF e “apoio aberto à intervenção estrangeira” no Judiciário brasileiro. A Associated Press destacou que a decisão ocorre “em meio a uma guerra comercial” e que a defesa do ex-presidente nega ter violado medidas cautelares, prometendo recorrer.


