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Dólar cai ao menor nível desde outubro e fecha a R$ 5,56 com payroll mais forte que o esperado

6 de junho de 2025 |
17:17
Imagem: iStock/eyeglb

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O dólar engatou a segunda queda consecutiva ante moedas emergentes com dados mais fortes do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reduziram o temor de uma desaceleração da maior economia do mundo.

Nesta sexta-feira (6), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5698, com queda de 0,26% ante o real, no menor nível desde 8 de outubro de 2024.

 

 

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,44%, aos 99,192 pontos.

Na semana, o dólar acumula 2,62% sobre o real.

 

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar operou volátil na primeira parte da sessão, mas firmou queda ante o real no final da tarde.

No cenário doméstico, a expectativa por um acordo entre o governo e o Congresso sobre a questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na última terça-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que nenhuma iniciativa seria anunciado antes de uma reunião com lideranças partidárias do Congresso Nacional, prevista para o próximo domingo (8).

O real também foi beneficiado por um ajuste técnico, segundo operadores, e acompanhou o fortalecimento da moeda na esteira do peso mexicano.

A divisa brasileira ainda ganhou fôlego com a valorização do petróleo no mercado internacional. O contrato mais líquido do Brent fechou as negociações com alta de quase 2%, com o barril acima de US$ 66. Países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são impactos positivamente pelo aumento dos preços das matérias-primas.

 

 

Mas o que movimentou o câmbio foi a divulgação de novos dados nos Estados Unidos. O relatório oficial de empregos, o payroll, apontou a criação de 139 mil vagas de emprego em maio — uma desaceleração em relação à abril, mas acima do esperado para o mês.

Os economistas consultados pela Reuters previam criação de 130.000 postos, depois de 177.000 relatados anteriormente em abril. As estimativas variavam de 75.000 a 190.000 empregos.

Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo.

Na visão de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, os dados elevaram a percepção de a economia e o mercado de trabalho seguem firmes e que um corte de juros mais robustos se tornou menos provável.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o mercado de trabalho dos Estados Unidos ainda não parece tão aquecido quanto antes. “Esse cenário deve permitir ao Fed conviver com certa tranquilidade com a inflação salarial de 3,9%. Um corte de juros deve acontecer em breve, mas a grande questão é se haverá espaço para mais cortes até o fim do ano”, disse Cruz.

Após os dados, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a postura do Fed e disse que o Banco Central (BC) deve cortar os juros em 1 ponto percentual. Hoje, a taxa básica de juros está no intervalo entre 4,25% a 4,50% ao ano.

“Tarde Demais no Fed é um desastre! A Europa teve 10 cortes de juros, nós não tivemos nenhum. Apesar dele, nosso país está indo muito bem; Corte em um ponto inteiro”, disse ele se referindo ao presidente do BC, Jerome Powell.

Fonte: Money Times